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12 de abril de 2014
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21:59

Coalizão de seis partidos lança pré-candidatura de Tarso Genro à reeleição

Por
Sul 21
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. A reunião ampliada do Diretório Estadual, além da militância do PT, contou com a presença de representantes do PTB, do PCdoB, do PPL, do PR e do PRTB, que manifestaram apoio à definição da pré-candidatura de Tarso Genro.
A reunião ampliada do Diretório Estadual, além da militância do PT, contou com a presença de representantes do PTB, do PCdoB, do PPL, do PR e do PRTB, que manifestaram apoio à definição da pré-candidatura de Tarso Genro | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Marco Weissheimer

O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) do Rio Grande do Sul, em conjunto com outras cinco legendas, lançou na tarde deste sábado (12) a pré-candidatura do governador Tarso Genro à reeleição. A reunião ampliada do Diretório Estadual, além da militância do PT, contou com a presença de representantes do PTB, do PCdoB, do PPL, do PR e do PRB, que manifestaram apoio à definição da pré-candidatura de Tarso Genro. Outros partidos poderão ainda se somar a esta coalizão, como é o caso do Partido Trabalhista Cristão (PTC), que esteve representado no ato político realizado no salão da Igreja Pompeia, pelo seu presidente estadual, Koiti Tamura. “Nos orgulha a nova gestão implantada com o atual governo que pegou em uma situação complicada”, disse Tamura que anunciou que o PTC, juntamente com outras siglas, pode se somar à coalizão pela reeleição do atual governo.

Pela manhã, o Diretório Estadual do PT aprovou, por unanimidade, uma resolução oferecendo o nome de Tarso Genro como pré-candidato a ser referendado pela coalizão. Também reafirmou que as vagas para o Senado e para  vice-governador serão definidas por partidos aliados: PCdoB e PTB, respectivamente. A pré-candidata ao Senado já está definida: será Emília Fernandes, que participou do ato deste sábado. O candidato a vice-governador ainda não está definido, mas o nome mais cotado no momento é o do ex-Secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social, deputado estadual Luis Augusto Lara, do PTB.

O PT também definiu os nomes do partido para trabalhar na coordenação da campanha: O coordenador geral será Ary Vanazzi, presidente do PT/RS; o coordenador executivo será Carlos Pestana, atual Secretário da Casa Civil do governo Tarso. Os demais integrantes serão: Adriano Oliveira, Cícero Balestro, Eliane Silveira, João Motta, José Reis, João Ferrer, Jairo Jorge, Marcelo Danéris, Sérgio Nazário, e Wilson Costa. O PT aguarda agora as indicações dos representantes dos partidos da coalizão para integrarem a coordenação da campanha.

Falando pelo Partido da República (PR), Coronel Bonetti disse que, em 2010, seu partido acreditou no projeto proposto para o governo do Rio Grande do Sul e hoje faz uma avaliação positiva de sua implementação. “Não se muda o que está dando certo”, disse Bonetti, manifestando apoio à pré-candidatura de Tarso Genro. Na mesma linha, Tony Proença, do Partido Pátria Livre (PPL), observou que nos últimos três anos o Rio Grande do Sul cresceu muito, com sustentabilidade, sob o comando de Tarso Genro. “Nos alegramos em nos somarmos a esse esforço para reeleger esse projeto”. Sérgio, representando o deputado estadual Carlos Gomes, do PRB, disse por sua vez que o Rio Grande do Sul vive um momento histórico com o atual governo e que o PRB decidiu reafirmar o apoio a essa caminhada.

“Estamos reconstruindo o Estado do Rio Grande do Sul e o PCdoB emprestará o nome da companheira Emília Fernandes para compor a chapa majoritária.  | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Manuela D’Ávila: “Estamos reconstruindo o Estado do Rio Grande do Sul e o PCdoB emprestará o nome da companheira Emília Fernandes para compor a chapa majoritária | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Manuela: “Quando estivemos divididos, acabamos derrotados”

A presidenta estadual do PCdoB, deputada federal Manuela D’Ávila, destacou a unidade que estava sendo afirmada ali, lembrando que, “quando estivemos divididos, acabamos derrotados sucessivas vezes, como ocorreu em Porto Alegre, por exemplo”.

“Estamos reconstruindo o Estado do Rio Grande do Sul e o PCdoB emprestará o nome da companheira Emília Fernandes para compor a chapa majoritária. Emília tem lado, durante toda sua vida esteve ao lado da classe trabalhadora e das mulheres”.

Representando o PTB, Luiz Carlos Busato afirmou “integral apoio à reeleição do atual governo”. “O PTB pode não ter sido o primeiro partido a entrar no atual governo, mas o senhor pode ter certeza que ficará trabalhando por esse projeto até o último dia”, disse Busato, dirigindo-se a Tarso Genro.

O ex-governador Olívio Dutra destacou a importância da “consciência da base aliada sobre a existência de um projeto que está em andamento no Rio Grande do Sul e no Brasil e que está mudando para melhor a vida de milhões de pessoas”. Agora, acrescentou, “nós vamos acender um rastilho de cidadania incendiando este Rio Grande”. “O que nossos adversários têm como projeto é a redução do Estado, o Estado mínimo para a maioria do povo e máximo para um pequeno grupo. Não pode haver interrupção no que foi iniciado. O povo não quer perder o que já conquistou”, disse ainda Olívio.

O presidente estadual do PT, Ary Vanazzi, fez um apelo à militância e a todos os pré-candidatos e pré-candidatas. “Este ano teremos uma eleição muito dura, tanto aqui no Rio Grande do Sul, como em nível nacional. É fundamental que mantenhamos a unidade política na campanha, priorizando as campanhas para a presidência da República, o governo do Estado e o Senado. Nós vamos palmear o Rio Grande e construir as condições para a vitória, de preferência no primeiro turno”, disse Vanazzi.

Tarso Genro: “O que dói na direita conservadora que sempre manipulou o Estado a partir de seus interesses é que nós estamos tendo sucesso”. | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Tarso Genro: “O que dói na direita conservadora que sempre manipulou o Estado a partir de seus interesses é que nós estamos tendo sucesso” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

“Nossa responsabilidade este ano é superior ao nosso território político”

Aplaudido de pé pela militância e pelos dirigentes partidários que lotaram o salão da Igreja Pompeia, Tarso Genro aceitou a indicação para assumir a pré-candidatura à reeleição. “Sinto-me extremamente honrado e aceito que meu nome seja submetido à coalizão de nossos partidos”, afirmou o governador, destacando algumas particularidades do cenário eleitoral de 2014. “Na eleição deste ano, nossa responsabilidade é superior ao nosso território político. Nós temos um compromisso de afirmação e resistência a cumprir diante da atual conjuntura internacional e, em especial, na América Latina”, disse Tarso, citando o cerco político midiático que os presidentes Nicolas Maduro (Venezuela), Cristina Kirchner (Argentina) e Dilma Rousseff (Brasil) vêm sofrendo:

“No Brasil, nós estamos vivendo um cerco midiático partidarizado contra a presidenta Dilma, que se manifesta mais ferozmente nas últimas semanas com um ataque a Petrobras. O que esse cerco quer é reduzir as funções do Estado e desmantelar as políticas sociais que estamos construindo. Eles querem destruir a presidenta Dilma e o nosso governo, mas eles vão levar uma cacetada histórica.”

Tarso Genro defendeu a concepção de desenvolvimento que vem sendo implementada no Rio Grande do Sul nos últimos três anos. “Para nós, da esquerda democrática e socialista, falar de desenvolvimento só tem sentido se ele se dá de baixo para cima, se ele constitui a partir do território mediações políticas, econômicas, técnicas e financeiras para que a sociedade se desenvolva combatendo as desigualdades sociais e as desigualdades regionais. Para isso, o projeto tem que ser claro e transparente, incorporando os micros, pequenos e médios empreendedores, garantindo financiamento para suas atividades, gerando emprego, renda e novos sujeitos sociais capazes de demandar mais do Estado em direção da igualdade, da liberdade e da justiça. Esse é o desenvolvimento que queremos, não é qualquer desenvolvimento”.

“O que dói na direita conservadora que sempre manipulou o Estado a partir de seus interesses”, acrescentou o governador, “é que nós estamos tendo sucesso”. “Estamos conseguindo constituir um novo bloco social histórico-político para colocar o Rio Grande do Sul em outro patamar de desenvolvimento democrático e de civilidade política. Eles não controlam mais automaticamente todo o setor empresarial, pois hoje temos pequenos, médios e grandes empresários apoiando o nosso projeto porque ele está gerando consumo, renda, mercado e desenvolvimento. É isso que eles não querem”.

Tarso Genro criticou também a ofensiva político-midiática que vem sendo lançada contra o governo nos últimos dias em função dos aumentos salariais aprovados para os servidores públicos:

“O Estado estava sucateado quando chegamos. O Estado pagava soldos miseráveis à Brigada Militar, não respeitava seus técnicos e arrochava o salário dos professores. Foi aplicado um arrocho salarial brutal aos servidores nos últimos oito anos. Nós começamos a mudar essa situação em nosso governo, integrando os servidores públicos a um projeto democrático. E essa proposta está sendo brutalmente combatida, com um processo de manipulação da informação que é feito aqui no Rio Grande do Sul. Quando recuperamos as funções públicas do Estado, instituindo a EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias), anunciaram o fracasso da iniciativa mesmo antes de criarmos a empresa. Agora, quando estamos recuperando os salários dos policiais, dos brigadianos, dos professores e dos técnicos do Estado, dizem que estamos gastando demais. . Para eles, os funcionários não só não merecem, mas deveriam ser demitidos através dos processos de demissão voluntária que eles sempre utilizaram para esvaziar o Estado”.

Tarso: "Quem são eles, os donos da mídia, que cresceram no leito da ditadura, para querer substituir o Estado?" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Tarso: “Quem são eles, os donos da mídia, que cresceram no leito da ditadura, para querer substituir o Estado?” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

 Em defesa dos partidos e da política

O governador criticou, por fim, a campanha contra os partidos e contra a política e questionou a legitimidade dos donos da mídia para querer substituir o Estado:

“Eu confio nos partidos que compõem a Unidade Popular pelo Rio Grande e confio, sobretudo, na capacidade militante das bases dos nossos partidos. Precisamos reinventar aquele espírito originário que aqui no Rio Grande do Sul já moveu grandes lutas populares pela Democracia e pela República. Esse espírito hoje sofre um ataque incessante, por meio de uma campanha midiática miserável contra os partidos e contra a política. Quem são eles, os donos da mídia, para querer substituir o Estado? Quem são eles, os donos da mídia, para querer dar lição de moral aos partidos políticos, eles que cresceram no leito da ditadura?”

No final do ato, Ary Vanazzi pediu uma salva de palmas em homenagem a Antonio Losada, militante histórico e um dos fundadores do PT, que faleceu na sexta-feira.


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