Da Redação
O mapa da 46ª rodada do Distanciamento Controlado, divulgado no final da tarde desta sexta-feira (19), classifica todas as 21 regiões Covid em situação risco máximo, com altíssima taxa de ocupação hospitalar e velocidade de propagação do coronavírus. Portanto, pela quarta semana consecutiva, todo o Rio Grande do Sul ficará sob bandeira preta. Em função da gravidade do cenário, trata-se do mapa definitivo, sem possibilidade de envio de pedidos de reconsideração.
Segundo o governo do Estado, entre os 11 indicadores monitorados pelo sistema de enfrentamento à pandemia no RS, houve novamente forte elevação no número de internados em UTI (+10%) e de óbitos (+31%) em relação à semana anterior. Nesta rodada, mesmo considerando o aumento de 4% no número total de leitos de UTI existentes e a redução dos internados por outras causas, a elevação de pacientes confirmados com Covid-19 em UTI fez com que se mantivesse a alta pressão sobre o sistema hospitalar.
Esta é a terceira semana consecutiva que o Rio Grande do Sul passou a ter déficit de leitos livres para atendimento covid. Enquanto na 43ª rodada (divulgada em 26/2), o Estado tinha 229 leitos livres para casos de covid, na 44ª rodada (dia 5/3) houve déficit de 25 leitos, na 45ª (12/3) houve déficit de 213 leitos de UTI e, agora, esse número atingiu 299.
Apesar de o Estado seguir todo sob bandeira preta, o governador Eduardo Leite anunciou a retomada da cogestão do sistema de distanciamento controlado a partir de segunda-feira (22). Com isso, os prefeitos estarão liberados para adotar protocolos da bandeira vermelha, com algumas restrições que até então não estavam previstas sob essa bandeira. As atividades econômicas não serão permitidas no período das 20h às 5h e também estão proibidas nos fins de semana até o dia 4 de abril.
Em uma live no início da noite, Eduardo Leite apresentou os dados mais recentes da evolução da pandemia, assinalando que na última semana começou a se verificar uma estabilização com pequena diminuição da velocidade das internações, mas ainda em um patamar muito alto. Leite também anunciou o retorno do regime de cogestão com os municípios a partir da próxima semana. “Os prefeitos têm conhecimento de suas cidades para fazer ajustes nos indicadores. O risco no Estado hoje é altíssimo por conta da super pressão sobre os hospitais. Nós apresentamos os protocolos da bandeira preta para serem atendidos por três semanas. Quem olha do ponto de vista estritamente sanitário pede que essas restrições sejam por mais tempo. De outro lado, há as pessoas que precisam de mínimas condições de subsistência. A gente precisa compreender que há um limite de fôlego que pode ser usado nas restrições. Infelizmente, diante de um auxílio emergencial curto e da ausência de medidas por parte do governo federal, precisamos dar alternativa às pessoas. Os prefeitos sabem que estamos sob riscos altíssimos, mas eles podem fazer ajustes nos protocolos”, afirmou o governador.
