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24 de maio de 2020
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11:58

A arte e o vírus: quatro histórias de quem vive dos espetáculos sem data para voltar

Por
Sul 21
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Depois de uma temporada de shows em Nova York no começo do ano, o violonista Rodrigo Nassif se preparava para um 2020 em cima dos palcos. E então, tudo mudou. Foto: Luiza Castro

Luciano Velleda

O show deve continuar. A célebre frase é uma espécie de mantra da resistência da classe artística. Aconteça o que acontecer, a arte não pode parar. Ou não deve. Com o novo coronavírus, porém, teatros, cinemas e casas de espetáculos foram os primeiros estabelecimentos a baixar a cortina e fechar a porta. E tudo indica que serão os últimos a abrirem. Afinal, para continuar, o show necessariamente precisa de público, aglomeração, exatamente os elementos que a atual crise sanitária não recomenda.

Nessa reportagem, o Sul21 foi em busca das histórias daqueles cuja tarefa costuma ser transmitir alegria e emoção por meio da arte. Um violonista, uma cantora, um produtor cultural e um técnico de luz. Profissionais que dedicam a vida para estar em cima do palco ou atrás dele, e que agora se veem impedidos de realizar seu ofício. Sem perspectiva de quando as cortinas voltarão a abrir, se reinventar tem sido a alternativa para sobreviver e não deixar o show acabar, ao menos não completamente.

No dia 31 de janeiro, o violonista Rodrigo Nassif pisava no aclamado ShapeShifter Lab, no Brooklyn, em Nova York. A casa de shows fundada por Matthew Garrison, ex-baixista do pianista Herbie Hancock, é um palco disputado por grandes músicos de prestígio internacional. A passagem pelo ShapeShifter Lab e outras casas de espetáculos de Nova York, como o Jazz Forum Arts, injetaram ânimo no violonista que, em outra época já viveu graças aos cds que vendia nos bairros de Porto Alegre. O ano começava bem e prometia. “Eu tava preparando meu ano só para o palco”, conta Nassif.

Pouco antes do coronavírus se abater sobre o Brasil, o violonista estava na rotina de negociar shows, enquanto aproveitava os dias em casa para fazer algumas lives por rede social. Foi quando teve o estalo. “Vi que mesmo nos dias em que tocava de modo mais eficiente, virtuoso, não tinha a mesma audiência do que nos dias em que resolvia comentar como era o processo criativo, o quanto ia de intuição, o quanto ia de estruturação, de que modo as músicas não se sustentam, qual o meu critério, qual o meu ponto de corte, o que considero meu crivo, quais critérios para esse crivo”, recorda Rodrigo Nassif.

O pensamento girava entre a agenda de shows e a experiência das apresentações por vídeo quando então houve a confirmação do isolamento social e tudo mudou repentinamente. Nassif não perdeu tempo e pôs em prática um projeto de financiamento coletivo com características peculiares. A temporada em Nova York havia aumentado a confiança e lhe deu segurança em bancar a proposta para o público. “Pensei que quem ficasse paralisado nos primeiros dias, sairia perdendo o apoio do pessoal. Por isso coloquei o projeto no ar o quanto antes”.

O projeto teve como meta arrecadar R$ 10 mil, com contribuições a partir de R$ 20. O dinheiro seria usado para pagar as contas do músico. Pela proposta, quem contribuísse receberia diariamente a confirmação do horário da live e poderia pegar as dicas de violão. Já quem contribuísse com R$ 50 ou mais, teria 30 minutos com dicas exclusivas do músico. O segundo modelo de contribuição foi o que mais vingou. Foram 60 dias de lives até o último dia 18. Com a participação de 177 pessoas, Nassif arrecadou R$ 9.882.

“Foi um absurdo o que me levou de tempo isso, um grande volume de trabalho”, diz o violonista, horas depois da última transmissão. A inesperada alta demanda lhe abriu outra porta: adquirir alunos para aulas particulares. “Estou terminando esse projeto bem mais otimista do que quando comecei, em relação à compreensão de quem vive do palco, à compreensão que o público teve do projeto. Existe um vácuo a ser preenchido de músicos profissionais falarem uma linguagem acessível. Se esse projeto teve um trunfo, foi esse, comentar em linguagem acessível, e não falar só em ornamentos e apojaturas. O fazer musical sem a linguagem técnica do ‘musiquês’”, avalia o violonista.

A proposta de compor em público não foi fácil. Ele não se sentia relaxado nos primeiros dias. A situação melhorou com o tempo e, após se acostumar com a novidade, começou a se comportar como se os espectadores fossem amigos. “Comecei a ver que estava transferindo minha personalidade do palco para essa vida virtual, mas muito da energia do palco se perde, isso não tem como”, pondera.

Nassif confia que as pessoas voltarão aos espaços públicos “algum dia”. Para ele, o problema é a ausência de previsão de quando isso acontecerá. Sua estratégia para encarar o momento então é tentar não prestar muita atenção nele, caso contrário, isso dificulta tomar as atitudes que podem ajudar. “Quando tem uma coisa que me incomoda muito, tento não pensar nela, porque isso leva muita energia e termino não focando naquilo que pode ser útil”, afirma.

Como quase todo artista, a vida na estrada em turnês faz parte da rotina. Por outro lado, no caso do violonista, ficar em casa quando não está no palco já é habito e, nesse sentido, o isolamento imposto pelo coronavírus não lhe afetou muito, com exceção ao convívio social, principalmente da namorada. “O que altera mais é o astral geral, o astral muito pesado no Brasil. O isolamento, em si, não chega a ser tanto o problema, mas o astral pesado em que a gente vive, um momento com agressividade à flor da pele no Brasil”, reflete Rodrigo Nassif.

Esse astral pesado afeta o espírito e as cordas do violão. Há dias em que compor e tocar se torna difícil. Em seu caso, o processo criativo costuma se inspirar em qualquer coisa, pode ser um filme ou o barulho da faca raspando no prato. Seja como for, é preciso estar relaxado para ficar mais perceptivo. “E com o astral tão pesado, é difícil exercitar essa parte relax da personalidade. Eu vivo no mundo, não posso pensar que estou encastelado no apartamento, não é assim que as coisas funcionam. A gente vive em sociedade. Vejo a quantidade de placas de ‘aluga-se’ e ‘vende-se’ em Porto Alegre, é difícil não trazer isso para o astral. E pensar nessas pessoas completamente loucas fazendo protesto contra o isolamento, que é a única coisa que funciona”.

Nassif diz que a resposta imediata que teve agora na pandemia do novo coronavírus, ao lançar o projeto de financiamento logo nos primeiros dias de confinamento, o remete a outras ruptura vividas no passado. O violonista lembra da radical mudança ocorrida no mercado fonográfico com a chegada dos serviços de streaming, principalmente para quem tinha na venda de cds sua fonte de renda. Em 2008, ele ganhou o Prêmio Açorianos de melhor intérprete instrumental com seu primeiro álbum.

Agora, Rodrigo Nassif já projeta os próximos passos. O violonista entrará em contato com pessoas que têm condições de contribuir no novo projeto e fará propostas diretas. As ideias giram em torno de um curso on-line. “Devido à quantidade de gente que me perguntou, acredito que isso vai virar um curso, já tendo um repertório na ponta dos dedos, e vai também virar uma série de apresentações, mas não mais composição ao vivo, porque isso foi uma coisa muito cansativa”, explica.

Otimista e feliz com o resultado alcançado, ele destaca o que considera ser um aspecto curioso da sociedade brasileira: a solidariedade. “Quando a gente tem que enfrentar uma situação muito cruel, o nosso complexo de vira-lata fica à flor da pele. Uma parte barulhenta do povo é extremamente reacionária e violenta, mas boa parte é muito melhor do que estávamos acostumados a lembrar”.

O produtor Thiago Piccoli viajaria para Portugal com a banda Fresno até o coronavírus mudar todos os planos. Depois do susto, o produtor tem atuado como consultor. Foto: Arquivo Pessoal

E agora, produção?

Thiago Piccoli se movimenta de modo independente pela cena cultural do Brasil. Como produtor, trabalha com artistas e festivais. Sua renda é obtida exclusivamente dos eventos em que atua. Em 2018 e 2019, fez uma bem sucedida parceria com o cantor e compositor carioca Rubel. Viajaram pelo país todo, além de shows no Uruguai, Argentina e Portugal. Depois de dois anos na estrada, o plano de Rubel era dar um tempo no primeiro semestre de 2020 e retomar a agenda de espetáculos somente no segundo semestre de 2021.

Sem poder ficar parado, Piccoli já se mexia para agilizar seu lado. O horizonte apresentava alguns shows em Portugal com a banda Fresno, o lançamento do álbum de Tagua Tagua, entre outras possibilidades. Até que veio a pandemia e tudo parou. “Ficou todo mundo muito perdido. Fiquei apavorado, foi bem desesperador no começo”, relembra. 

Apesar do baque, a primeira atitude foi criar uma campanha para ajudar o pessoal da área técnica, fortemente atingido pela paralisação de shows e eventos. Se envolveu muito com a campanha durante três semanas, entregando alimentos e botijão de gás. Aos poucos, foi discutindo a nova e difícil situação com outros colegas. E logo se viu prestando consultoria de carreira para alguns artistas, auxiliando a pôr no ar lives por redes sociais e planejando cenários para o pós-pandemia. O trabalho tem sido feito com o também carioca Cicero Lins, que lançou em março seu quinto álbum, intitulado “Cosmo”. Recém lançado, o artista nem teve tempo de promover o novo trabalho.

Piccoli vai direto ao ponto: conhece artistas que estão “sem conseguir ver o futuro”. Pessoas que chegaram a pensar que a carreira havia chegado ao fim. “Tem muita gente perdida. Tem gente que acha que acabou”. Além da consultoria para Cicero Lins, o produtor cultural tem planejado projetos virtuais com a banda Nenhum de Nós. Para ele, o momento é de conversar e entender o que cada artista ou banda precisa. “Sempre fui muito de trocar ideia, mas nunca pensei em montar uma consultoria, foi uma novidade pra mim”, confessa, consciente de que a temporada de shows vai demorar para recomeçar.

Ele acredita que a prática de apresentações nas redes sociais se manterá. Diz que há o início de uma organização de como usar a plataforma, envolvendo estúdios e produtores, um mercado em processo de auto-conhecimento. Em outro direção, Thiago Piccoli comenta que há colegas produtores prestando consultoria para financiamento coletivo, enquanto outros tratam de tentar negociar editais com governos. “Muitos produtores estão se juntando. Há fundos parados e que podem vir para os artistas”, explica.

A crise causada pela pandemia tem feito também o produtor cultural refletir sobre a “desigualdade” dentro do mercado cultural. Segundo Piccoli, muitos artistas não têm noção da rede de empregos dependente do meio cultural. “Talvez seja muito importante rever a cadeia produtiva. Um roadie não tem MEI (micro-empreendedor individual). O artista tem que se ver como uma empresa e todos os envolvidos como funcionários”, explica. Por trás do palco, há trabalhadores sem carteira assinada, sem emitir nota fiscal, sem direitos trabalhistas. “A profissionalização do mercado vai ter que ser debatida”.

O técnico de luz Maurício Rosa (de camisa preta) diz que a paralisação dos eventos é particularmente grave para os profissionais que atuam nos bastidores de shows e eventos. Foto: Arquivo Pessoal

Luz, ação

Há mais de 30 anos iluminando palcos e eventos por Porto Alegre, Maurício Rosa, de 64 anos, tem plena noção da cadeia produtiva que envolve o mercado cultural. Técnico de luz, operador de luz e iluminador, analisa com preocupação o presente e o futuro não só dele, mas de de muitos colegas. “Todo mundo foi pego de surpresa quando os espaços foram fechados”, afirma.

Na sua visão, os trabalhadores que estão mal por causa da crise do coronavírus são os pedreiros ou motoristas de aplicativos, por exemplo. Os trabalhadores da cena cultural, para ele, estão em situação péssima. “O meu setor está pior do que mal. Estamos simplesmente impedidos, proibidos de trabalhar”.

Entre os profissionais que orbitam em torno do espetáculo, ele inclui motoristas, seguranças, eletricistas, montadores de som, montadores de palco, cinegrafistas. “É um universo muito grande”. A preocupação é ainda maior por envolver trabalhadores sem a visibilidade dos artistas. Técnicos acostumados a controlar os holofotes de luzes que nunca os iluminam. “Tem gente com preparo técnico, que domina equipamentos sofisticados, mas não tem nem registro profissional”, afirma.

Maurício Rosa enfatiza a importância dos eventos para muitos trabalhadores, pessoas cuja profissão “é o evento”, algo que está completamente parado. “Minha preocupação é o tempo disso, a duração. Para o meu setor, essa crise não termina na próxima semana”, lamenta. Sem meias palavras, ele acredita que 2020 acabou. “Pra nós, essa crise vai ser muito destruidora”.

Há 10 anos funcionário do Teatro Renascença, Rosa não trabalha com dedicação exclusiva ao teatro, e atua em eventos e outros espetáculos para complementar a renda. Ele destaca que os técnicos de luz ou de som que trabalham no mercado artístico, são os mesmos que atuam também em eventos sociais, como festas e casamentos. Uma realidade que não é percebida pelo público.

“O cara que tá curtindo uma festa, também está vivenciando evoluções que vêm do mundo artístico. Um casamento, com efeitos de luz, projeções, som, são conquistas da sociedade que vêm do mercado artístico”, explica Rosa. Para ele, esse “patrimônio do conhecimento” pode se perder com a crise causada pelo novo coronavírus. “Qual perda teremos desse patrimônio que não é material? Pensa num cara novo, bem preparado. Se perder, como recupera?”, questiona o técnico de luz.

Rosa defende a obrigação do governo em socorrer a população. Segundo ele, da Prefeitura de Porto Alegre “não vem nada”, e do governo do Estado, o que virá ajudará pouca gente, menos ainda da área técnica. Ao fim e ao cabo, a hora é de solidariedade. “Quem puder ajudar, agora é o momento”.

Professora de violão e flauta, Lila Borges planeja uma live diferente, por vídeo conferência e serviço de comes e bebes. Foto: Divulgação

Juntos por vídeo

Em casa há dois meses, a professora de violão e flauta nas escolas Amigos do Verde e Cinco Estrelinhas é figura constante nos bares da capital gaúcha. Com o fechamento temporário das escolas, as aulas on-line entraram na vida de Lila Borges. Um elemento novo e que tem facilitado o aproveitamento do tempo, evitando deslocamentos. “São 30 minutos que eu fico com a criança e que são bem aproveitados, super funcionou”, diz ela.         

O emprego nas escolas tem sido fundamental para manter a renda, apesar da perda de horas e outros cortes na educação. Ainda assim, os shows são parte importante, tanto para complementar a renda quanto para a alma. “Estou num processo de reinvenção. Já passei pela fase do medo, a fase da cair a ficha, e agora estou na fase da ação. Como a gente sai dessa? Tem que achar o jeito de se reinventar”, analisa Lila Borges. “As lives têm sido uma salvação pra muita gente, tanto pro artista que precisa se expressar, quanto pra quem quer curtir um som. A arte virou uma necessidade básica. Ninguém vive sem música, sem livro, sem filme”.

Enquanto muitos artistas fazem suas apresentações e disponibilizam os dados bancários para contribuições espontâneas do público, Lila adotou um caminho distinto. Nas últimas semanas, se dedicou a divulgar o evento que fará na próxima sexta-feira (22). Será a já famosa live, todavia, numa apresentação um tanto particular, em formato de videoconferência e com cobrança de ingresso. “Ao invés da galera assistir e ficar ali comentando, eu vou convidar para entrarem como vídeo. Cada um na sua casa, bebendo e comendo, e curtindo um som”, explica a cantora.

À apresentação, será agregada a venda de comidas e bebidas realizada por parceiros, produtores locais que igualmente estão precisando de renda. Os produtos estão sendo vendidos antecipadamente e serão entregues no dia da apresentação, a partir das 17h. “Agora quem comanda a noite é o artista, não é o bar”, acredita, destacando que não terá qualquer percentual na venda dos parceiros. “Cada um ganha na sua área, ninguém explora ninguém”.

O formato inovador pretende reunir pessoas e criar um clima onde, mesmo cada um estando na sua casa, possam os participantes comer e beber os mesmos produtos. A reprodução virtual de um bar. “Além da música, estar unido pelo cheiro e o gosto. É uma maneira de se aproximar um pouquinho mais. E isso vai ser importante para mim, como artista, porque na live, só as pessoas me enxergam, eu não enxergo ninguém, só leio. E por vídeo, vou poder ver também as pessoas, bater um papo”, explica Lila Borges. A ideia está posta, a dinâmica será construída na hora. “Vamos ver como vai acontecer, vai ser a primeira vez que vamos fazer isso”.

Embora tenha duas pessoas lhe ajudando na produção do evento, Lila destaca que a proposta não inclui iluminadores ou figurinistas, por exemplo, profissionais da área cultural que têm sofrido com a ausência de espetáculos. “Tem uma cadeia que não entra nesse processo”, lamenta.

Além dos outros trabalhadores do setor que não se encaixam nas propostas on-line, a cantora enfatiza que muitos colegas vivem mesmo do show de cada dia. Artistas que ainda não encontraram um caminho. “Tem gente que está muito desesperada, não tinha outra fonte de renda, a não ser tocar no bar toda a semana e dali tirar o sustento”. Para ela, há artistas que estão sendo obrigados a receber ajuda de familiares ou estão em busca de outra ocupação para ganhar dinheiro. “Tenho um amigo que está fazendo Uber, e é músico”.

Lila destaca, no entanto, que o brasileiro não tem o hábito de pagar por coisas que usufrui na internet, um traço cultural que dificulta a necessidade de rentabilizar as lives ou outras propostas on-line. “Nesse primeiro momento, a galera está ajudando porque sabe que o artista não tem grana, ela está sendo solidária. Não é um pagamento porque ‘o artista é bom e quero curtir esse show’. Ainda não é por isso, daqui a pouco, pode vir a ser. Mas o cenário é bem assustador, principalmente pra galera da técnica”.

O cenário desalentador a faz tecer críticas ao poder público que, para ela, não está fazendo nada. “Só enrolam”. Como iniciativas que poderiam – e deveriam – ser adotadas para socorrer a classe artística, Lila Borges cita um edital da Secretaria Estadual de Cultura para contemplar trabalhos on-line e que está parado. “O resultado do edital deveria ter saído dia 31 de março, mas nem foi lançado ainda”, reclama.

Ela enfatiza, entretanto, que mesmo um edital com essa característica ainda não abrange os trabalhadores da área técnica. Por isso, a cantora defende que haja editais com valores que possam incluir ao menos alguns membros da produção e da técnica, além de defender a necessidade de um projeto que permita uma renda básica para os trabalhadores da cultura. “Esse governos que estão aí sempre deram as costas pra cultura”.


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