Marco Weissheimer
Nos últimos anos, a região do Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre, notabilizou-se por ser um reduto de aliados do presidente Jair Bolsonaro. A avenida Goethe, ao lado do Parcão, tornou-se um ponto de encontro de protestos e de venda de camisas verde-amarelas da seleção brasileira e de uma linha de bandeiras e camisas em homenagem ao “mito”. No último domingo (15), mesmo com as advertências das autoridades sanitárias, algumas centenas de pessoas foram ao Parcão participar de um ato de apoio a Bolsonaro e em defesa do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira, porém, o cenário mudou, e as bandeiras verde-amarelas e camisetas de Bolsonaro deram lugar a um novo produto: o álcool gel.
Desde a confirmação da chegada do novo coronavírus ao Brasil, o álcool gel tornou-se o produto mais disputado em supermercados e farmácias. Nos últimos dias, tornou-se uma mercadoria escassa, muito procurada e objeto já de um mercado paralelo em alguns pontos da cidade. No início da tarde desta terça, um vendedor ambulante instalou um varal de embalagens de álcool gel na esquina da Goethe com a Mostardeiro. O preço: R$ 25,00 a embalagem. Alguns motoristas olhavam meio espantados para a cena do varal de embalagens de álcool gel instalado em uma das esquinas mais conhecidas de Porto Alegre.
O vendedor, que não quis se identificar, disse que no domingo participou do protesto no Parcão vendendo bandeiras do Brasil. Menos de quarenta e oito horas depois, decidiu trocar seu produto de venda. “Consegui umas caixas de álcool gel em São Paulo para vender aqui. Tem nota de tudo. Ainda não vendi nenhum, mas acho que vai vender bem”, comentou.