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25 de março de 2020
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00:12

Bolsonaro critica ‘confinamento’, invoca condição de ‘atleta’ e diz que ‘raros são os casos fatais’

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Sul 21
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Bolsonaro critica ‘confinamento’, invoca condição de ‘atleta’ e diz que ‘raros são os casos fatais’
Bolsonaro critica ‘confinamento’, invoca condição de ‘atleta’ e diz que ‘raros são os casos fatais’
Foto: Jair Bolsonaro | Foto: Carolina Antunes/PR

Da Redação 

“Enquanto uma enorme crise de coronavírus se aproxima no horizonte do Brasil, Bolsonaro vai na TV se gabar de suas proezas físicas, denunciar a ‘histeria’ da mídia, pedir que as escolas sejam reabertas e zombar gratuitamente do sábio médico brasileiro Drauzio Varella. Liderança forte e estável.” A declaração do jornalista Tom Phillips, correspondente do jornal britânico, The Guardian, no Twitter, resumiu o clima de espanto que se seguiu ao pronunciamento que o presidente Jair Bolsonaro fez à nação, na noite desta terça-feira (24).

Em sua fala, sem máscara desta vez, Bolsonaro voltou a minimizar a dimensão da pandemia e a criticar governadores e prefeitos que estão adotando medidas de fechamento de comércio, escolas e outras atividades para proteger a população, defendidas, aliás, pelo seu próprio ministro da Saúde. Ele pediu o fim do que chamou de “confinamento em massa”.

Bolsonaro voltou a criticar o comportamento dos meios de comunicação, atribuindo-lhes uma postura histérica e alarmista diante do coronavírus. Além disso, invocou a sua própria condição de “atleta” ao dizer que não ficará preocupado se contrair o vírus e repetiu que para “90% da população” será só uma “gripezinha”. “Raros são os casos fatais”, acrescentou.

Bolsonaro não anunciou nenhuma medida efetiva para combater a chegada da pandemia ao Brasil e tampouco enviou qualquer mensagem de solidariedade às famílias que já têm pacientes atingidos pela doença. Já durante o pronunciamento, panelaços começaram a ecoar em várias cidades do país.

O pronunciamento ocorreu no dia em que o Ministério da Saúde informou que o Brasil já tem 46 mortes e mais de 2 mil casos de infecção confirmados. E se deu no dia seguinte ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ter enviado uma carta a Bolsonaro e aos demais líderes do G-20, apelando para que as maiores economias do mundo se unam para dar uma resposta à crise causada pelo coronavírus. Caso contrário, alertou, o mundo corre o risco de ser atingido por uma “pandemia de proporções apocalípticas”.

 


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