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15 de dezembro de 2017
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12:54

Alteração curricular e demissões: Sindicato diz que UniRitter está descumprindo decisão judicial

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Sul 21
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Alteração curricular e demissões: Sindicato diz que UniRitter está descumprindo decisão judicial
Alteração curricular e demissões: Sindicato diz que UniRitter está descumprindo decisão judicial
Estudantes protestaram contra as demissões, no final da tarde de quinta (14), com cartazes apresentando o nome de professores demitidos. (Reprodução/Facebook)

Marco Weissheimer

O Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS) questionará judicialmente a alteração da grade curricular de alguns cursos e as demissões anunciadas nesta quinta-feira (14) pela direção da UniRitter. As demissões pegaram professores e estudantes de surpresa. Segundo Amarildo Cenci, integrante da direção estadual do Sinpro-RS, a alteração curricular foi um pretexto para reduzir o número de horas-aula por turno dos professores. Cenci observou que, no início deste ano, o sindicato ingressou com uma ação judicial questionando essa prática de alteração do número de horas por turno. Segundo ele, essa ação foi vitoriosa e a UniRitter foi proibida de fazer o que está fazendo agora.

O sindicato, informou, denunciará o descumprimento dessa decisão judicial. A redução do número de horas por turno viria acompanhada pela extinção de alguns cursos de pós-graduação e pelo aumento do número de disciplinas de ensino à distância (EaD).

O Sinpro, oficialmente, foi comunicado de 30 demissões realizadas na quinta-feira e de outras 20 que devem ser confirmadas hoje (15). Na avaliação do diretor da entidade, a UniRitter está promovendo uma migração forçada para um novo currículo e as demissões prejudicarão diretamente a qualidade de ensino da instituição. Na manhã de quinta, a direção do sindicato teve uma reunião com a direção da UniRitter, que confirmou a realização dessa migração. “Na quarta-feira, fizeram uma reunião com os professores, na quinta começaram as demissões e, na próxima segunda, começam as férias”, assinalou Amarildo Cenci. E no final da próxima semana, lembrou, começa o recesso do Judiciário.

Até a manhã desta sexta-feira, a UniRitter não havia confirmado o número total de demissões que ocorrerão em função dessa alteração curricular. A direção da instituição disse apenas que se trata de uma medida destinada à “modernização dos modelos tradicionais de ensino”. Em nota, a UniRitter afirmou ainda que as demissões “não tem qualquer relação com a nova legislação trabalhista”. Em 2010, o Centro Universitário Uniritter deixou de ser uma instituição filantrópica ao ser comprado pela Laureate International Universities, empresa privada com sede nos Estados Unidos, e que possui uma rede com mais de 50 universidades, em 24 países.

Um dos cursos mais atingidos pelas demissões foi o da Arquitetura. Em uma página criada no Facebook, os estudantes da faculdade criticaram a decisão e convocaram uma mobilização contra as demissões. “Não é de hoje que não temos o mínimo resguardado, as recentes mudanças dos últimos anos feitas por parte da coordenação da Faculdade de Arquitetura UniRitter já demonstram intenções de cada vez mais enxugar e sucatear o ensino de arquitetura”, afirmam os organizadores da página que denunciam ainda o impacto das demissões:

“Hoje (14) recebemos a indignante notícia de que 14 dos professores pilares do curso foram demitidos, alguns que fundaram, e tijolo por tijolo criaram uma faculdade consistente. É triste que uma faculdade que não por acaso foi referência nacional, pela qualidade dos professores e pela forma de como ensinar, seja DESMONTADA por uma coordenação distante e despreocupada, que em nenhum momento pareceu pensar no aluno”.

Estudantes da UniRitter realizaram uma assembleia no final da tarde de quinta para denunciar as demissões e debater possíveis medidas judiciais contra as mudanças anunciadas pela direção da entidade. A direção do Sinpro se reunirá na manhã deste sábado para definir as medidas que pretende tomar contra a UniRitter.


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