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21 de junho de 2017
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20:00

Conheça as quatro chapas que disputam a eleição para direção do Cpers

Por
Luís Gomes
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Conheça as quatro chapas que disputam a eleição para direção do Cpers
Conheça as quatro chapas que disputam a eleição para direção do Cpers
CPERS realiza eleições nos próximos dias 27 e 28 de junho | Foto: Joana Berwanger/Sul21

Luís Eduardo Gomes

O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) realiza nos próximos dias 27 e 28 de junho eleições para definir sua nova direção estadual e as direções dos 42 núcleos regionais da entidade para os próximos três anos. De acordo com a comissão eleitoral do sindicato, são 82.923 professores e funcionários, ativos e inativos, sócios aptos a votar para definir se reelegem a atual gestão ou optam por uma das três chapas de oposição.

Serão colocadas urnas em todas as escolas da rede estadual, com exceção de algumas com difícil acesso, que terão urnas volantes, e nas sedes dos 42 núcleos regionais do sindicato, que contarão com urnas eletrônicas. Ganha a eleição a chapa que fizer acima de 35% dos votos no primeiro turno. Caso nenhuma atinja esse patamar, será realizado um segundo turno em data a ser definida. O resultado deve ser divulgado até o dia 29, segundo Nilza de Souza Schebella, presidente da Comissão Eleitoral do Cpers.

Posteriormente, será realizada a eleição para os representantes sindicais em cada escola, dos representantes municipais dos representantes dos aposentados e ainda dos representantes 1 por mil, que também irão compor o Conselho Geral e o Conselho dos Núcleos dos sindicatos. A nova direção deve assumir após a conclusão desse processo.

O Sul21 conversou com os representantes das quatro chapas que participam da eleição para a direção do sindicato para ouvir suas principais pautas.

Rejane de Oliveira, da Chapa 1 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Chapa 1: A Categoria em Primeiro Lugar

Candidata à presidente do CPERS pela Chapa 1, Rejane Silva de Oliveira, que já presidiu o sindicato entre 2008 e 2014, afirma que as principais pautas do movimento são a luta contra o parcelamento e o congelamento de salários. “O governo não cumpre a lei mais básica do direito de um trabalhador, que é receber o seu salário integral no final do mês”, diz. Segundo ela, a chapa, que unificou-se com a 3, outra corrente de oposição, defende um sindicato com autonomia e independência em relação a partidos e governos, que seja combativo e traga “vitórias para a categoria”. Além da defesa do plano de carreira, do pagamento do piso nacional do magistério e da contratação de servidores concursados em vez de profissionais com contratos emergenciais, a chapa também promete lutar para que o vale refeição seja trocado para auxílio alimentação, o que garante que o benefício não seja estornado ao final de cada mês e possa ser pago em qualquer situação funcional, mesmo quando o servidor estiver afastado por doença.

Rejane afirma que a principal diferença da chapa para atual gestão é que, se eleita, agirá com firmeza em relação ao governo. “Não daremos trégua para o governo enquanto ele não parar de atacar os nossos direitos e não pagar o piso nacional. Quem nos conhece sabe que não damos sossego para governo que não respeita nossos direitos. Hoje, na nossa avaliação, o Cpers está calada e não reage a altura os ataques que estamos sofrendo”, afirma. “A categoria vai ter que fazer um balanço, se tá bom como está hoje, com parcelamento e congelamento do salário, com o governo mandando nós buscarmos o piso na Tumelero, ou se temos que viver outro período, quando os governos foram combatidos pelo Cpers e tiveram que recuar com os ataques”.

Helenir Aguiar Schürer, da Chapa 2 | Foto: Giovana Fleck/Sul21

Chapa 2: Cpers Unido e Forte

Comandada pela atual presidente do sindicato, Helenir Aguiar Schürer, a Chapa 2 terá como principal pauta reafirmar o enfrentamento ao governo do Estado na questão financeira, defendendo o pagamento do piso nacional do magistério aos professores gaúchos e contra os projetos de ajuste fiscal encaminhados pelo Piratini à Assembleia Legislativa. “Queremos reafirmar o compromisso de transparência com as finanças do sindicato, que nós conseguimos hoje fazer com que o sindicato seja viável, com as contas tranquilas, e principalmente apostando muito na questão pedagógica, as mostras pedagógicas que nós fizemos foram fundamentais para a gente discutir a valorização e qualidade da escola pública e a luta que temos de reaproximação com os aposentados e funcionários de escola”, diz Helenir.

A atual presidente ainda defende que a mobilização do sindicato na atual gestão conseguiu que os funcionários de escolas fossem contemplados pelo Plano de Carreira e impediu que o governo aprovasse o fim do pagamento do adicional por difícil acesso, que atinge 69% da categoria. “Temos muito orgulho em dizer que fizemos a maior assembleia dos últimos 20 anos da categoria e a maior greve dos últimos 25 anos”, afirma. “Esta direção está aqui na Assembleia. Onde está a oposição aguerrida? Aqui não estiveram”, disse Helenir ao ser entrevistada nesta terça-feira.

Chapa 4: Construção pela Base

Candidato à presidência, Lucas Cortozi Berton diz que a principal pauta da Chapa 4 é promover uma reconstrução do sindicato pela base da categoria. “A gente entende que o Cpers está afastado da base da categoria por vários motivos. Um deles é o problema da burocratização sindical, que leva aos sindicatos ao atrelamento do estado e faz uma lógica de sindicato-empresa onde os interesses do sindicato acabam ficando descolados do chão da escola. As reivindicações da categoria não se reproduzem mais no sindicato, pelo menos não de uma maneira direta. Uma das prioridades da nossa chapa é combater o afastamento da base da categoria”, diz. “Se não tivermos um sindicalismo organizado e enraizado no chão da escola, certamente não teremos condições de enfrentar os ataque que são duros, que estão por vir e já estão acontecendo”, complementa.

Ele defende que representantes sindicais nas escolas tenham um maior protagonismo dentro do sindicato, que as assembleias gerais da categoria sejam abertas para maior participação da base e antecedidas por debates na escola, maior transparência no Conselho Fiscal do Cpers, com publicização de dados via redes sociais. “Defendemos um Cpers no chão da escola que lute contra o assédio moral de muitas direções autoritárias, que mais beneficiam a Secretaria de Educação (Seduc) do que a própria categoria. Lutamos pela efetivação dos trabalhadores contratados, o Plano de Carreira e que as próximas contratações sejam feitas por concurso público. Defendemos a retomada dos debates pedagógicos, que foram abandonados, e maior autonomia das escolas”, afirma.

Foto: Guilherme Santos/Sul21

Chapa 5: Lutar Sempre

Candidata à presidência, Tânia Mara Magalhães Freitas pondera que as principais pautas da Chapa 5 são a unidade de todos os trabalhadores, não apenas da categoria, para enfrentar as reformas propostas pelo governo Temer e a necessidade de renovação do Cpers, tanto na direção estadual como nos núcleos regionais. “Defendemos a unidade da experiência e daqueles que iniciaram no magistério há três anos, para construir um sindicato que discuta nas escolas, com professores e funcionários, encaminhamentos e estratégias para enfrentar os governos Temer e Sartori. Vamos buscar sempre consultar a categoria e o conjunto de forças que se manifestam dentro da entidade para uma construção unitária visando resistir aos ataques”, diz.

Ela também pontua que a chapa buscará unir as lutas próprias da categoria, como a luta pelo pagamento do piso nacional do magistério, contra o parcelamento e falta de reajuste, por melhores condições de trabalho, contra o fechamento de turmas e as políticas de redução do investimento em educação, com temas nacionais. “Nós queremos, além de enfrentar as pautas específicas da categoria, enfrentar as pautas da reforma trabalhista, previdência, terceirização, porque essas pautas também atingem a nossa categoria”, afirma.


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