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2 de janeiro de 2017
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11:45

No passado, Sartori discursava contra desemprego e falta de democracia

Por
Sul 21
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No passado, Sartori discursava contra desemprego e falta de democracia
No passado, Sartori discursava contra desemprego e falta de democracia
Notícia publicada em maio de 1983, no Jornal do Comércio da Serra, de Caxias do Sul. (Reprodução)
Notícia publicada em maio de 1983, no Jornal do Comércio da Serra, de Caxias do Sul. (Reprodução)

Marco Weissheimer

As famílias de mais de mil servidores públicos gaúchos, que trabalham nas fundações cuja extinção proposta pelo governo José Ivo Sartori (PMDB) foi aprovada na Assembleia Legislativa, passaram o final de ano com um presente amargo: o desemprego. Segundo anúncio do governo estadual, mais de mil servidores devem ser demitidos com a extinção das fundações e o seu serviço substituído por consultorias e terceirizações. Durante meses, os servidores tentaram convencer o governador Sartori a manter as instituições e o trabalho que elas executam, sem sucesso.

No passado, porém, Sartori já se mostrou mais sensível ao tema do desemprego. Servidores das fundações em vias de extinção descobriram uma notícia publicada em maio de 1983, no Jornal do Comércio da Serra, de Caxias do Sul, onde o então deputado estadual José Ivo Sartori manifestava preocupação com o crescimento do desemprego na cidade e na região. A matéria relata que Sartori falou sobre o problema na tribuna da Assembleia Legislativa, alarmado com o fato de Caxias do Sul ser, na época, a segunda cidade do país em termos de desemprego. “É um pesadelo que aflige hoje 15.621 trabalhadores e suas famílias”, afirmou então o atual governador.

Desemprego, insegurança e miséria eram preocupações do então deputado José Ivo Sartori. (Reprodução)
Desemprego, insegurança e miséria eram preocupações do então deputado José Ivo Sartori. (Reprodução)

Sartori manifestou preocupação também com o fato de famílias estarem retornando ao campo pela falta de empregos na cidade. “Este fato demonstra a gravidade da situação e o desespero daqueles que, desiludidos e não vendo uma saída concreta e viável, abandonaram a cidade na tentativa de fugir do desemprego, da insegurança, da favelização e da miséria”. O então parlamentar do MDB criticou também a política econômica recessiva do governo do general João Figueiredo e a falta de democracia do mesmo. “Não haverá uma solução para a crise enquanto meia dúzia de pessoas continuem decidindo tudo”.

Esta última afirmação carrega outra ironia histórica uma vez que, eleito governador, Sartori recorreu ao cerco da Assembleia Legislativa com o Batalhão de Choque da Brigada Militar, para aprovar projetos que, entre outras coisas, determinaram a demissão de mais de mil servidores públicos.


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