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11 de novembro de 2016
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13:20

Policiais jogam bombas de gás e reprimem ato de centrais nas garagens de ônibus

Por
Sul 21
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Policiais jogam bombas de gás e reprimem ato de centrais nas garagens de ônibus
Policiais jogam bombas de gás e reprimem ato de centrais nas garagens de ônibus
Foto: CUT-RS
Foto: CUT-RS

Da CUT-RS

Falta segurança pública no Rio Grande do Sul para a população, mas não para atender empresas de ônibus de Porto Alegre e reprimir manifestações da CUT-RS e centrais sindicais na madrugada desta sexta-feira (11), dia nacional de greve e manifestações contra os ataques do governo ilegítimo de Michel Temer para a retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e sociais. Tropas de choque da Brigada Militar jogaram bombas de gás e usaram spray de pimenta em frente às garagens, como as da Carris, Nortran e Trevo, e liberaram a circulação dos veículos. Não adiantaram os gritos dos manifestantes de “você aí, fardado, também é parcelado” para impedir a repressão policial.

“Enquanto quase não se vê brigadianos nas ruas e nos bairros para prevenir assaltos e proteger a população, vimos hoje dezenas de policiais nas garagens de ônibus, atirando bombas de gás e dispersando trabalhadores e impedindo que os rodoviários também pudessem se manifestar contra os retrocessos para evitar a perda de direitos”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

“Os policiais, que estão sofrendo com o novo parcelamento de salários, deveriam estar do lado dos demais servidores públicos e da classe trabalhadora, ao invés de proteger os interesses do governo Sartori e Temer e dos empresários”, salientou. Há também protestos no interior gaúcho e os ônibus não circulam em várias cidades, como Pelotas, Rio Grande e Caxias do Sul. Estão previstas manifestações ainda em Bento Gonçalves, Cruz Alta, Ijuí, Novo Hamburgo, Passo Fundo, São Leopoldo, Venâncio Aires e Santa Rosa, dentre outros municípios.

Haverá também greves de trabalhadores em campanha salarial e paralisações de professores estaduais e do ensino privado, dentre outras categorias.

“Precisamos despertar quem ainda se encontra alienado pela mídia manipuladora e reagir antes que seja tarde para defender os direitos dos trabalhadores, que estão ameaçados de cortes pelo governo golpista e pela maioria retrógrada no Congresso Nacional”, destacou Claudir. “O dia de hoje é mais uma grande jornada de luta rumo à construção da greve geral”.

Segundo Claudir, a mobilização busca aumentar a pressão contra a reforma da Previdência, o desmonte da CLT, a terceirização sem limites, a PEC 55 que congela os gastos em saúde e educação por 20 anos (aprovada como PEC 241 na Câmara) e as privatizações. Os protestos visam também defender o pré-sal e a Petrobras e combater a MP 746, que reforma o Ensino Médio, e o PL 190/15, que prevê a escola com mordaça. “Nenhum direito a menos”, ressalta o dirigente da CUT-RS.

A mobilização será encerrada com a realização de grande ato, às 18h, na Esquina Democrática, seguido de uma caminhada pelas ruas do centro da capital gaúcha.

“Vamos realizar uma grande manifestação democrática contra a retirada de direitos, em defesa das ocupações dos estudantes, a favor da democracia”, ressalta Claudir.

Audiência pública na Assembleia Legislativa

Antes do ato na Esquina Democrática, a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa realiza, às 15h, no Teatro Dante Barone, uma audiência pública, proposta pelo deputado Adão Villaverde (PT), para debater os impactos da PEC 55 e da MP 746.

“Temos que ampliar o debate na sociedade e pressionar os senadores para que votem contra a PEC 55, que congela investimentos para as políticas públicos, enquanto continua a gastança com o pagamento dos juros da dívida público ao capital financeiro”, destaca Claudir.

O presidente da CUT-RS salienta que “é preciso exigir de deputados e senadores que votem contra a MP 746, do governo Temer, que promove uma reforma autoritária do ensino médio, sem qualquer debate com estudantes e professores, tirando disciplinas fundamentais para a formação do conhecimento dos estudantes”.

Mobilização no interior gaúcho

Bento Gonçalves – A partir das 8h, em frente a Via Del Vino, na rua Tietê, 278, no bairro Imigrante.

Cruz Alta – Às 10h30, ato conjunto na Praça da Matriz, Centro, seguido de caminhada.

Ijuí – Às 17h, ato na Praça da República, Centro, e durante a semana Vigília na Praça.

Novo Hamburgo – Após mobilização na porta de fábricas, às 9h, metalúrgicos se encontram com professores municipais de Novo Hamburgo na Praça Central e realizam ato.

Passo Fundo – Às 8h30, concentração na Praça Tochetto (Avenida Brasil), com posterior caminhada até o INSS, Fórum e Catedral e encerramento na Praça em frente à Catedral.

Pelotas – Pela madrugada, piquetes nas garagens de ônibus; às 12h, ato dos servidores da saúde; e às 17h, caminhada com estudantes.

Santa Cruz do Sul – Às 10h, aula pública na Praça Central, após caminhada; às 19h, ato na UNISC.

Santa Rosa – Às 10h, ato público no Parcão de Santa Rosa.

 


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