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1 de setembro de 2016
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14:22

Ruralistas reprovam direitos políticos de Dilma porque isso demonstra que não há crime

Por
Sul 21
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Ruralistas reprovam direitos políticos de Dilma porque isso demonstra que não há crime
Ruralistas reprovam direitos políticos de Dilma porque isso demonstra que não há crime
|Foto: Divulgação
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Do Jornal GGN

Contrariando a senadora Katia Abreu (PMDB), que articulou para Dilma Rousseff (PT) não perder seus direitos políticos após o impeachment, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) enviou uma nota à imprensa criticando a decisão do Senado, nesta quarta-feira (31), quando a presidente eleita em 2014 foi destituída do cargo, mas não foi inabilitada para continuar assumindo cargos públicos.

Na opinião da entidade, essa decisão é uma “vitória parcial” que abre margem para a interpretação de que o Senado não reconheceu, a fundo, os crimes que foram levantados na conduta de Dilma. “(…) o afastamento definitivo marca o fim das incertezas, mas manutenção dos direitos políticos sinaliza que o Brasil não reconheceu irresponsabilidade da ex-presidente na gestão pública”, afirmaram.

Abaixo, a nota completa:

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) manifesta preocupação sobre decisão final do Senado, que confirmou o impeachment de Dilma Rousseff da presidência do Brasil, mas manteve seus direitos políticos. Em votação realizada hoje, o Senado aprovou o afastamento por 61 votos a favor e 20 contra, em sessão comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Entretanto, em segunda votação, 42 senadores reprovaram a inabilitação dos direitos políticos de Dilma, dando-lhe abertura para concorrer já nas próximas eleições e assumir cargos públicos em empresas estatais. Para a inabilitação das funções públicas, eram necessários 54 votos favoráveis.

Para o presidente da SRB, Gustavo Diniz Junqueira, o impeachment fecha um período de incertezas, mas é preciso que todos estejam engajados na construção de uma nova dinâmica na gestão pública. “Foi uma vitória parcial. O Brasil não reconheceu que a ex-presidente foi irresponsável na gestão pública e, consequentemente, seus erros levaram o País à maior crise da sua história. Foi um exemplo negativo para os brasileiros e trará grandes impactos no resgate da confiança política”, avalia Junqueira.

A entidade acredita que a saída da ex-presidente é uma vitória para a democracia. Por outro lado, pondera, o desfecho trouxe insegurança jurídica sobre como serão tratados os crimes de responsabilidade fiscal daqui para a frente. Segundo a SRB, o País vive hoje uma crise sem precedentes, resultado de uma gestão fundamentada em conceitos de desenvolvimento equivocados, que conduziram a nação na direção contrária à evolução. ” Acreditamos que, sob comando do Presidente Michel Temer, haverá condições de retomar a confiança do País, dos investimentos e do crescimento, com geração sustentável de renda, de resgatar os valores morais da sociedade e preparar a nação para as próximas gerações”, diz o presidente da SRB.

Junqueira ainda ressalta que Michel Temer é um defensor da democracia e do diálogo entre legislativo, judiciário e executivo. Confirmado na presidência, acredita ele, Temer terá condições de negociar o ajuste fiscal e outras reformas, tão necessárias à retomada do crescimento econômico. “Esperamos reformas profundas, acompanhadas de mais acordos comerciais, mais abertura para investimentos da iniciativa privada em infraestrutura e maior abertura de mercados internacionais para o País, em especial para o agronegócio brasileiro”, finaliza o presidente da SRB.


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