Da Redação*
Se as eleições fossem hoje, o ex-presidente Lula (PT) estaria liderando as intenções de voto para o primeiro turno. É o que apontam os resultados da pesquisa CNT/MDA divulgada pela Confederação Nacional do Transporte nesta quarta-feira (8). Já nas simulações para um eventual segundo turno, ele perderia para Marina Silva (Rede) e estaria empatado tecnicamente com Aécio Neves (PSDB) e Michel Temer (PMDB). Esta é a primeira grande pesquisa publicada desde o início do governo interino.
Na pesquisa espontânea, em que não é apresentada uma lista de candidatos para o eleitor, Lula lidera com 8,6% das intenções de votos. Ele é seguido por Aécio Neves (PSDB), 5,7%, Marina Silva (Rede), 3,8%, Dilma Rousseff (PT), 2,3%, Michel Temer (PMDB), 2,1%, Jair Bolsonaro (PSC), 2,1%, Ciro Gomes (PDT), 1,2%, Geraldo Alckmin (PSDB), 0,6%, Joaquim Barbosa, 0,6%, José Serra (PSDB), 0,3%, outros, 1,7% e branco/nulo, 16,7%. A maior parte do eleitorado ainda está indecisa: 54,1%.
Já na pesquisa estimulada, com a apresentação de lista, Lula lidera os dois cenários propostos. No primeiro, soma 22%, sendo seguido por Aécio Neves, 15,9%, Marina Silva, 14,8%, Ciro Gomes, 6%, Jair Bolsonaro, 5,8%, Michel Temer 5,4%, branco/nulo, 21,2%. Indecisos somam 8,9%.
No segundo cenário, o ex-presidente aparece com 22,3%, seguido por Marina Silva, 16,6%, Geraldo Alckmin, 9,6%, Ciro Gomes, 6,3%, Michel Temer, 6,2%, Jair Bolsonaro 6,2%, Branco/Nulo, 24,0%. Indecisos somam 8,8%.
Já nas pesquisas para o segundo turno, Aécio vence todos os cenários em que aparece, contra Lula (34,3%% contra 29,9%) e Marina (29,7% contra 28%), mas o resultado é considerado empate técnico em função da margem de erro. Contra Temer, ele tem boa vantagem, 32,3% contra 15,8%. Marina vence Temer (33,7% contra 20,9%) e Lula (35% contra 28,9%) e o ex-presidente aparece em empate técnico contra o atual interino (31,7% contra 27,3%).
Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.
Avaliação de Temer
A pesquisa também perguntou aos entrevistados como eles avaliam o governo interino. Apenas 11,3% disseram avaliar positivamente, enquanto 28% expressou avaliação negativa. Para 30,2% dos entrevistados, o atual governo é regular, enquanto 30,5% dizem não saber opinar.
Em relação ao desempenho pessoal de Temer, 40,4% desaprovam, e 33,8% aprovam. Na comparação entre os governos Temer e Dilma Rousseff, 54,8% dos entrevistados disseram que os governos estão iguais e que não percebem nenhuma mudança no país desde que Temer assumiu interinamente o governo. Para 20,1%, o atual governo está melhor do que o anterior, enquanto 14,9% o consideram pior.
A pesquisa revela que 46,6% dos brasileiros acreditam que a corrupção no governo Temer será igual à ocorrida no governo Dilma. Ainda segundo a CNT, 28,3% acreditam que ela será menor; enquanto 18,6% avaliam que será ainda maior.
Avaliação do impeachment
Com relação ao processo de impeachment, 62,4% dos entrevistados disseram considerar correta a decisão pelo afastamento da presidenta Dilma e 33% avaliam como um erro. Enquanto 61,5% dizem que o processo foi legítimo, 33,3% avaliam que foi ilegítimo. Para 68,2%, Dilma será cassada e Temer permanecerá no cargo, 25,3% acreditam que Dilma reassumirá o cargo.
Apesar de o impeachment ter sido motivado pelos atrasos nos repasses a bancos públicos para pagamento de benefício sociais feitos pelo governo Dilma, por meio das chamadas pedaladas fiscais, 44,1% dos entrevistados dizem que o motivo do afastamento é a corrupção no governo federal; e 37,3% dizem que o motivo é a tentativa de obstrução da Lava Jato. Apenas 33,2% citam as pedaladas fiscais como o motivo.
A democracia brasileira sairá fortalecida do processo de impeachment, segundo 45,6% dos entrevistados. Já 34,3% avaliam que a democracia sairá enfraquecida. A antecipação das eleições de 2018 para este ano é bem vista por 50,3% dos brasileiros, 46,1% discordam.
*Com informações da Agência Brasil
