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16 de abril de 2016
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01:46

“Temer é um impostor”, diz ministro de Dilma em ato contra o golpe em Porto Alegre

Por
Sul 21
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Miguel Rossetto: "Temer não é um constitucionalista, mas sim um impostor, um golpista. Ele jurou defender a Constituição e a legalidade, mas se revelou um grande oportunista e será tratado assim pela história e pelo povo brasileiro". (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Miguel Rossetto: “Temer não é um constitucionalista, mas sim um impostor. Ele jurou defender a Constituição e a legalidade, mas se revelou um grande oportunista e será tratado assim pela história e pelo povo brasileiro”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Marco Weissheimer

“Michel Temer não é um constitucionalista, mas sim um impostor, um golpista. Ele jurou defender a Constituição e a legalidade, mas se revelou um grande oportunista e será tratado assim pela história e pelo povo brasileiro”. As frases fortes do ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, deram o tom do ato contra o golpe e em defesa da democracia realizado no início da noite desta sexta-feira, na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre. Com um número menor de participantes, comparado com os dois atos anteriores realizados nas últimas semanas, o ato desta sexta não foi menos enfático politicamente. Pelo contrário. A proximidade com a votação do impeachment, neste domingo, em Brasília, moldou um ato mais concentrado politicamente. A fala de um ministro de Estado denunciando o comportamento do vice-presidente da República foi o principal símbolo disso.

Rossetto falou também do papel desempenhado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, um dos principais articuladores, junto com Temer, da tentativa de derrubada da presidenta Dilma. O ministro abriu sua fala no ato afirmando que Raul Pernambuco Junior, da empresa Carioca Engenharia, foi ao Ministério Público Federal com recibos para comprovar que a empresa que ele representa repassou, entre 2010 e 2011 cerca de 52 milhões de reais para Eduardo Cunha na Suíça. No entanto, ressaltou o ministro, “ele não foi chamado pelo Judiciário e nem teve condução coercitiva determinada por este mesmo Judiciário”. Rossetto aumentou ainda mais o tom contra Cunha: “É este réu, um marginal que não está na cadeia, que está querendo derrubar Dilma Rousseff. Não vai conseguir”, acrescentou Rossetto, garantindo que os aliados de Cunha não têm os 342 votos que precisam.

Ato na Esquina Democrática convocou grande manifestação contra o golpe para o domingo, na Praça da Matriz. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Ato na Esquina Democrática convocou grande manifestação contra o golpe para o domingo, na Praça da Matriz. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Na mesma direção, Cedenir de Oliveira, da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina, destacou que a votação deste domingo terá um significado decisivo para o futuro do país. “Caso os defensores do impeachment saiam defensores, teremos concretizado um golpe e uma ruptura da ordem constitucional. Aqueles que fizerem isso não conseguirão dormir em paz. Milhares de camponeses estão nas ruas de todo o país hoje para denunciar essa ação golpista e mostrar que haverá resistência caso ela prevaleça, o que eu não acredito que vá acontecer”.

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, também apontou a falta de legitimidade de um hipotético governo Temer. “Se chegarem ao governo desta maneira, encoberta por uma mídia manipuladora, o que acredito que não irá acontecer, não terão nenhuma legitimidade para governar. No dia seguinte já estaríamos nas ruas denunciando essa falta de legitimidade e defendendo a realização de novas eleições”. “A parte mais comprometida com as denúncias de corrupção”, acrescentou Tarso, “saiu do governo e está tentando derrubar a presidente da República com um golpe”. Outro ex-governador gaúcho, Olívio Dutra, também denunciou a tentativa de golpe. “Queremos mudanças, mas não para pior, interrompendo o mandato legítimo da presidenta Dilma, conquistado com mais de 54 milhões de votos”.

Bernadete Menezes: "O PSOL tem lado e ele é contra o golpe'. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Bernadete Menezes: “O PSOL tem lado e ele é contra o golpe’. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Falando pelo Comitê de Mulheres, a deputada estadual Stela Farias advertiu para o movimento patrocinado por grandes grupos midiáticos, desde a quinta-feira, para tentar um clima de “já ganhou” em favor da proposta do impeachment. “Estão fazendo isso para ver se a gente joga a toalha, o que não vai acontecer. Até o domingo, realizaremos a maior manifestação de trabalhadores da história do Rio Grande do Sul. Venceremos no domingo e seguiremos nas ruas para fazer o governo avançar, garantiu a parlamentar.

Representando a Executiva Nacional do PSOL, Bernadete Menezes homenageou os militantes do MST e de outros movimentos sociais do campo que garantiram a principal representação do ato desta sexta e sustentam há quase uma semana o acampamento da legalidade na Praça da Matriz, em Porto Alegre. Berna também destacou que o PSOL tem lado nesta disputa e citou os nomes dos deputados federais Ivan Valente, Edmilson Rodrigues e Jean Wyllys como protagonistas do partido na luta contra o golpe.

Ao final do ato, definido pelos organizadores como um “esquenta” para a grande concentração de domingo convocada para a Praça da Matriz, os manifestantes seguiram para o Acampamento da Legalidade que terá neste sábado, entre outras atividades, um julgamento popular da “mídia golpista e sonegadora”, programado para iniciar às 18 horas. Até o final de domingo, a Praça da Matriz será o centro das manifestações contra o golpe, em Porto Alegre.

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15/04/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato na esquina democrática marcando o fim da vigília, a favor da democracia e contra o golpe. Foto: Guilherme Santos/Sul21
Foto: Guilherme Santos/Sul21
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