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19 de abril de 2016
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16:25

Em protesto, servidores do Judiciário cobram votação de reajuste e criticam Sartori

Por
Sul 21
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Servidores da Justiça se reuniram na frente do Piratini e cobraram a votação do reajuste de 8,13% | Foto: Joana Berwanger/Sul21
Servidores da Justiça se reuniram na frente do Piratini e cobraram a votação imediata do reajuste de 8,13% garantido em acordo para fim da greve no ano passado | Foto: Joana Berwanger/Sul21

Jaqueline Silveira

Servidores da Justiça estadual fizeram um protesto, na manhã desta terça-feira (19), na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini e à Assembleia Legislativa, na Capital, cobrando a aprovação imediata do projeto de reajuste de 8,13% aos funcionários. O aumento foi concedido aos servidores depois de uma negociação com o Tribunal de Justiça (TJ) que pôs fim à greve da categoria, em 2015. Entretanto, o projeto, que tramita no Legislativo desde o ano passado, ainda não foi apreciado porque a base aliada do governo José Ivo Sartori (PMDB) estaria barrando por orientação do Piratini, já que o Executivo não concedeu nem a reposição da inflação ao seu funcionalismo.

“O governo vem bloqueando sistematicamente (a votação) desde outubro do ano passado”, afirmou o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça (Sindjus), Marco Aurélio Ricciardi Weber, que organizou o ato. O Poder Judiciário, argumentou o dirigente sindical, é independente e tem seu orçamento próprio, portanto tem condições de pagar o reajuste. Além disso, conforme Weber, os servidores “não têm culpa” da crise financeira do Estado, uma vez que o Judiciário “se preparou para enfrentar esse momento.” O Sindjus, segundo ele, irá procurar os deputados com o objetivo de pressionar para votação do projeto.

Nas manifestações e em faixa, os servidores demonstraram descontentamento com o govero Sartori que estaria barrando votação do projeto |Foto: Joana Berwanger/Sul21
Nas manifestações e em faixa, os servidores demonstraram descontentamento com o govero Sartori que estaria barrando a votação do projeto |Foto: Joana Berwanger/Sul21

O ato reuniu servidores de 30 cidades do interior do Estado, que demonstraram indignação nas manifestações pela morosidade na votação. A maioria das críticas foi direcionada ao governador Sartori, mas também sobrou para os deputados, que foram cobrados para ter “personalidade”. “Sartori, já chega! Os servidores do Judiciário não suportarão mais tamanho desrespeito e intromissão”, dizia a faixa afixada ao caminhão de som. Para o servidor Valdir Boeira, o discurso da crise financeira “cai por terra” à medida “que o Estado é generoso para atender aqueles que estão no andar de cima.” “Não podemos aceitar essa falácia de que o Estado está em crise”, ressaltou ele.

O servidor disparou, ainda, críticas às ações da gestão Sartori. “Ele está sucateando todos os serviços”, afirmou o funcionário do Judiciário, lembrando que o governo peemedebista aumentou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Ao finalizar a manifestação, ele fez um apelo ao presidente do TJ, Luiz Felipe Silveira Difini, para cobrar de Sartori a aprovação do reajuste. “Presidente, tenha uma conversa séria com o rapaz que está no Palácio.”

Deputado Pedro Ruas se solidarizou com os servidores|Foto: Joana Berwanger/Sul21
Deputado Pedro Ruas se solidarizou com os servidores|Foto: Joana Berwanger/Sul21

No final do protesto, o deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) foi à manifestação se solidarizando com a categoria. “Os servidores têm o direito segurado pelo fim da greve. Não foi cumprido o acordo. É inacreditável isso, mas foi o que aconteceu”, disse ele. O Judiciário, conforme ele, tem condições de pagar o reajuste, e o Estado tem dado tratamento diferenciado quando se trata de reajuste aos magistrados. “São dois pesos e duas medidas”, criticou Ruas, acrescentando que considera que “há pouca interferência” do TJ em pressionar o Piratini para a votação do projeto. O deputado se comprometeu em levar para reunião de líderes de partidos a reivindicação do Sindjus, afirmando que o projeto só não foi aprovado por “manobra do Legislativo por ordem do governador.”

Além do reajuste de 8,13, o Sindjus reivindica a aprovação de outros dois projetos: um estabelece plantões remunerados e o outro, a implementação de data-base. Na tarde desta terça-feira, os servidores da Justiça estadual fazem uma assembleia geral para definir as próximas ações da categoria.

Confira mais fotos:

|Foto: Joana Berwanger/Sul21
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