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12 de abril de 2016
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10:50

Acampamento contra o golpe é instalado no berço da Campanha da Legalidade

Por
Sul 21
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O Acampamento da Legalidade e da Democracia, segundo organizadores, se manterá em caráter de resistência e só será levantado “quando a democracia não estiver mais em risco e o golpe for derrotado”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
O Acampamento da Legalidade e da Democracia, segundo organizadores, se manterá em caráter de resistência e só será levantado “quando a democracia não estiver mais em risco e o golpe for derrotado”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Marco Weissheimer

Cerca de 500 integrantes de movimentos sociais ligados à Frente Brasil Popular e à Frente Povo Sem Medo ocuparam, na tarde desta segunda-feira (11), a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, e instalaram o Acampamento da Legalidade e da Democracia. Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outras entidades começaram a montar as barracas com lonas pretas e taquaras, e a organizar a infraestrutura do acampamento que não tem data definida para terminar. A Praça da Matriz foi escolhida pelo seu simbolismo na luta em defesa da democracia. Foi neste local que, em agosto de 1961, o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, desencadeou a Campanha da Legalidade, em defesa da posse de João Goulart na presidência da República.

A iniciativa não é isolada. Nesta mesma segunda-feira, outros acampamentos em defesa da democracia começaram a ser montados em várias cidades brasileiras. Em Brasília, militantes do MST, do Movimento dos Pequenos Agricultores e da Central Única dos Trabalhadores, entre outra organizações, instalaram o acampamento que deverá receber milhares de pessoas até o domingo.

Segundo Cedenir de Oliveira, dirigente estadual do MST/RS, os movimentos decidiram iniciar o acampamento no mesmo dia da votação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na Comissão de Impeachment, com o objetivo de demarcar uma firme posição em defesa da democracia e para denunciar o golpe em curso no país. A iniciativa também marca, para o MST, o início das mobilizações do Abril Vermelho no Rio Grande do Sul. O Acampamento da Legalidade e da Democracia, acrescentou Oliveira, se manterá em caráter de resistência e só será levantado quando a democracia não estiver mais em risco e a tentativa de golpe for derrotada.

A Praça da Matriz foi escolhida pelo seu simbolismo na luta em defesa da democracia. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
A Praça da Matriz foi escolhida pelo seu simbolismo na luta em defesa da democracia. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Até o início da noite desta segunda, já estavam participando do acampamento as seguintes entidades: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Marcha Mundial das Mulheres, Central dos Movimentos Populares, Movimento Nacional de Lula pela Moradia, Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimento dos Atingidos por Barragens, União Nacional dos Estudantes, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, União Estadual dos Estudantes, Central Única dos Trabalhadores, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Intersindical, PT, PCdoB e parte do PSOL. A partir desta terça, outras entidades devem se somar à iniciativa, instalando suas barracas na Praça da Matriz.

Já a partir da manhã desta terça-feira, o acampamento terá atividades de formação, com debates sobre diversos temas, oficinas, aulas públicas e momentos culturais. A programação do acampamento na Praça da Matriz para a terça é a seguinte:

9h – Estudos no Acampamento da Legalidade – “Por que o impeachment é golpe?, com Jacques Alfonsin e Denise Dora;

13h – Ato de Negros e Negras em defesa da Democracia, no Acampamento da Legalidade;

14h às 16h – Oficinas no Acampamento da Legalidade;

19h – “Por que o impeachment é golpe” – Aula pública do Fórum Pela Democracia, com o Procurador Regional da República, Domingos Silveira, no Acampamento da Legalidade;

20h – Atividades Culturais no Acampamento da Legalidade.

Galeria de imagens

 

Foto: Guilherme Santos/Sul21
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