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15 de fevereiro de 2016
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14:15

Metroviários estudam paralisar por um dia em protesto pela falta de segurança nas estações

Por
Luís Gomes
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15/02/2016 - PORTO ALEGRE, RS, BRASIL - Metroviários ameaçam paralização devido à falta de segurança. | Foto: Joana Berwanger/Sul21
Metroviários ameaçam paralisação devido à falta de segurança | Foto: Joana Berwanger/Sul21

Luís Eduardo Gomes

No último domingo, um funcionário da Trensurb foi agredido e amarrado durante uma tentativa de assalto na estação Petrobras, em Canoas. Como a operadora tem a política de não deixar valores nas estações, os assaltantes não levaram nada, apenas depredaram móveis e a sala de controle da mesma.

Em razão da falta de segurança para os funcionários da Trensurb, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do RS (Sindimetrô-RS) está estudando a possibilidade de fazer um dia de paralisação para exigir que a empresa reforce a segurança nas estações e imediações. O assunto será debatido em reunião na tarde desta segunda-feira (15), mas ainda precisaria ser aprovado em assembleia da categoria.

De acordo com Clóvis Nei Pinheiro, vice-presidente do Sindimetrô-RS, o principal problema de segurança nas estações é em razão da falta de efetivo. “A Trensurb realizou conseguiu concurso externo e tem vários candidatos cadastro de reserva. Tem que chamar esses candidatos que foram aprovados para suprir a vaga. Temos um déficit de no mínimo 150 agentes de segurança”, diz Pinheiro.

Em nota divulgada na última sexta-feira, a Trensurb afirmou que tem intensificado a cooperação com órgãos de segurança pública nos últimos anos, que resulta no compartilhamento de imagens do circuito fechado de TV (CFTV) do metrô diretamente no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), além de uma linha direta de comunicação entre a empresa metroviária e a Secretaria de Segurança Pública. Além disso, a empresa diz que tem realizado treinamentos de forma compartilhada e dispões de equipamentos equipamentos (dispositivos específicos) para conexão em “tempo real”.

“Adotamos as ações parceiras com as instituições de segurança pública, pois temos a convicção de quanto mais integrados estivermos, melhores serão os resultados”, disse o gerente Júlio Cesar, segundo a nota. O chefe da área Operacional considera que “a estratégia é enfrentar qualquer ação nessa área, de forma integrada e articulada com a segurança pública, o sistema metroviário não é uma ilha”.

Para Pinheiro, no entanto, as medidas não terão resultado se não for aumentado o efetivo de seguranças. “Sem efetivo, outras medidas de segurança não tem eficácia”, diz. “A gente precisa que tenha mais policiamento, mas a gente sabe que não tem. Pelo menos que a gente tenha funcionários dentro da estação”, complementa. A Trensurb não se pronuncia oficialmente sobre a possibilidade de contratação de mais seguranças.

Pinheiro também afirma que a política da Trensurb de deixar poucos funcionários — em alguns casos apenas um –em determinados horários têm aumentado o risco para os metroviários. É uma prática que a Trensurb está colocando e que é antiprofissional. A situação está critica nas estações, nas imediações. Até os banheiros públicos das estações estão perigosos de usar”, afirma.

Segundo o sindicalista, os horários mais perigosos para funcionários e passageiros do sistema são as primeiras horas na sexta, sábado e domingo. “Quem manda no primeiro trem que parte do Mercado são os bondes (gangues). Eles tomaram conta. Vêm brigando, tem assalto, fazem o que bem entende. Se tiver que bater em funcionário da estação, eles batem”, reclama Pinheiro.

15/02/2016 - PORTO ALEGRE, RS, BRASIL - Metroviários ameaçam paralização devido à falta de segurança. | Foto: Joana Berwanger/Sul21
Foto: Joana Berwanger/Sul21

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