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27 de fevereiro de 2016
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20:53

Após sucesso de campanha, criadora do ‘Vamos Juntas?’ lança guia sobre sororidade

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Sul 21
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Após sucesso da página, Babi sentiu que queria fazer mais | Foto: Babi Souza/ Arquivo Pessoal
Após sucesso da página, Babi sentiu que queria fazer mais | Foto: Babi Souza/ Arquivo Pessoal

Débora Fogliatto

Há cerca de seis meses, a vida da jornalista Babi Souza mudou do dia para a noite ao lançar a página Vamos Juntas? no Facebook, com o objetivo de incentivar mulheres e meninas a se ajudarem e acompanharem, promovendo a união em busca de segurança. Com o sucesso da iniciativa — a página atualmente conta com mais de 290 mil curtidas –, a jovem, que tinha 25 anos quando fundou o movimento, largou seu emprego e atualmente se dedica exclusivamente a promover o empoderamento e sororidade feminina, ou seja, a amizade e irmandade entre mulheres.

Além do Vamos Juntas?, Babi também abriu sua própria empresa, a Bertha Comunicação, que trabalha com comunicação digital para marcas e empresas de mulheres, buscando incentivar o empreendedorismo feminino. A ideia surgiu em uma palestra que ela ministrava sobre o Vamos Juntas?, em que uma ouvinte disse que tinha medo de empreender por ser mulher. “Isso me chocou bastante, uma menina de uns 21 anos dizendo isso. E pensei que essa era uma oportunidade de eu seguir e continuar tocando o Vamos e ter dinheiro pra sobreviver”, relata Babi.

Mas, mesmo com a empresa, a dedicação ao projeto não diminuiu. Pelo contrário, a jornalista se sentiu cada vez mais responsável por suas leitoras e colaboradoras da página. “Comecei a pensar o que faltava. E percebi que faltava ajudar elas de uma forma mais prática a se sentirem mais seguras, e aí veio a ideia do aplicativo que iremos lançar e dos grupos. Abri um grupo no Facebook pra cada região do país e elas dentro dos grupos começaram a conhecer gurias das suas cidades e abrindo subgrupos pra que de fato consigam se encontrar pra irem juntas”, relata.

Foto: Reprodução/ Vamos Juntas
Página reúne relatos de união entre mulheres | Foto: Reprodução/ Vamos Juntas
Foto: Divulgação/ Vamos Juntas
Foto: Divulgação/ Vamos Juntas

Mesmo já promovendo encontros entre as leitoras da página, Babi ainda tinha ideia de fazer mais. Ela começou a perceber que algumas meninas tinham seu primeiro contato com o feminismo justamente ao acompanhar o Vamos Juntas?, e percebeu a possibilidade de ensiná-las ainda mais neste quesito. “Me senti muito impactada quando fiquei sabendo que 31% das apoiadoras têm menos de 18 anos, são muito jovens, e eu vejo que acaba fazendo uma espécie de democratização do feminismo. Acho que 50% das pessoas que seguem e adoram nem perceberam que é uma página feminista”, conta.

Ao se dar conta de que muitas jovens não têm conhecimentos sobre feminismo, empoderamento e sororidade, começou a pensar sobre as formas como poderia “embasar essas meninas para a revolução que elas estão fazendo parte”. “Sabemos que elas começaram a ter uma visão diferente depois de curtir a página, se sentem mais encorajadas a praticar a sororidade, mesmo que algumas nem saibam direito o que é sororidade e o quanto a rivalidade feminina prejudica e é criada pela sociedade sexista em que a gente vive. Eu tinha essa ideia de levar conhecimento e informação”, descreve.

Após muitas sugestões de que ela escrevesse um livro, veio uma proposta real. Ao acordar da noite em que Babi sonhou que sua casa estava cheia de livros amarelos, uma agente literária a procurou, oferecendo para transformar o projeto em livro. Gui Liaga, que trabalha com autores jovens, elaborou a obra com Babi e apresentou à editora Record, que imediatamente aceitou publicar “Vamos Juntas? – O Guia da sororidade para todas”.

Trata-se, na verdade, de um guia, dinâmico e didático, dividido em itens e com ilustrações. Todo o livro é perpassado por depoimentos que foram recebidos pela página, começando pela história do Vamos Juntas? e passando por conceitos de empoderamento feminino e sororidade. O primeiro lançamento acontece no dia 8 de março em Porto Alegre, onde Babi mora, na Livraria Cultura. Outros dois serão realizados no São Paulo e no Rio de Janeiro, onde está o maior público da página, e a autora não descarta ir a outras cidades brasileiras.


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