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21 de janeiro de 2015
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20:51

Sindicato dos rodoviários marca plebiscito para terça-feira, mas oposição vai ao MPT

Por
Sul 21
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Por Roberta Fofonka/Sul21
Diminuição da jornada é uma das pautas da oposição ao sindicato | Por Roberta Fofonka/Sul21

Débora Fogliatto

Após a assembleia que foi terminada abruptamente nesta segunda-feira (20), tanto o sindicato dos rodoviários quanto os grupos contrários a ele começaram a tomar atitudes. Já nesta terça-feira (21), a oposição se organizou em uma caminhada até o Ministério Público do Trabalho, onde pretende retornar na quarta-feira (22) para entregar uma carta com denúncias de irregularidades que foram cometidas.

Na assembleia, foi discutida a proposta apresentada pela patronal, de 8% de reajuste e um aumento de R$ 2 no vale-alimentação, que passaria para R$ 21. Quando o tema foi colocado em votação, poucas pessoas se manifestaram favoráveis e, sem dar chance aos contrários votarem, a direção do sindicato considerou o pleito encerrado. A partir daí, o presidente Adair da Silva afirmou que iria organizar uma votação por plebiscito.

Na próxima terça-feira (27), urnas serão colocadas nas garagens a partir das 4h da manhã, ficando lá até a uma da manhã do dia seguinte. “Assim, vamos definir a opinião da categoria em relação à proposta. O pessoal que trabalhava na faixa da tarde não conseguia ir nas assembleias, assim todos os trabalhadores podem votar”, defende Adair.

Para a oposição, no entanto, a intenção do diretor do sindicato é outra. “Por que o sindicato não faz um chamamento maior para as assembleias? E por que não fazem uma em cada turno, para todo mundo poder ir? Pra mim, eles não querem que as pessoas participem”, critica Alceu Weber, que foi um dos líderes das negociações durante a greve de 2014.

Por Roberta Fofonka/Sul21
Weber foi uma das principais lideranças durante as negociações de 2014 | Por Roberta Fofonka/Sul21

Da mesma forma, outro líder da oposição ao sindicato atual, Luís Afonso Martins, lembra que a assembleia é a “instância máxima” da categoria e, portanto, não pode ser anulada. “A nossa luta não é só pelo reajuste, é para melhorar as condições de trabalho. Não temos sequer sanitários em muitos terminais, nem área para alimentação”, critica. Essas questões não foram abordadas pela proposta patronal.

Neste ano, o sindicato, cuja gestão ainda não está homologada, não permitiu que haja uma comissão de negociação externa para realizar reuniões com a patronal. “Bloquear a comissão foi o maior erro democrático dessa nova gestão. Nós vamos ir ao MPT para contar tudo o que aconteceu e exigir respeito ao estatuto”, garantiu.

Algumas das principais reivindicações da categoria são a redução de jornada para seis horas e o recebimento do ticket nas férias. Nesta proposta, os empresários concordaram em conceder 50% do ticket para os 30 dias e não foi mencionada a diminuição de horas.


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