Roberta Fofonka
Um dos edifícios mais célebres de Porto Alegre, a Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), o antigo Hotel Majestic, localizado no centro da capital gaúcha, ficou oculto por anos com tapumes. Na última terça-feira (2), após a conclusão da primeira fase de restauração, a estrutura externa do prédio rosa de 12 mil metros quadrados foi liberada para a visão dos transeuntes.
A Casa de Cultura Mario Quintana recebe cerca de 15 mil visitantes por mês. Além de ser um lugar permanente voltado à memória do poeta, abriga salas de cinema, teatro, salas para ensaio e cursos. Para o diretor da instituição, Manoel Henrique Paulo, a liberação do prédio pode vir a atrair ainda mais público e artistas.
“A Casa de Cultura tem uma particularidade: ela nunca deixou de desenvolver as atividades e programações durante a obra. A empresa que realizou a reforma respeitou o nosso espaço e teve agilidade, não houve prejuízo à nossa produção cultural”, explica.
Esta primeira fase, entendida como “mais urgente”, compreende a reforma das fachadas, do telhado e das cúpulas. Ao todo, a recuperação custou um montante de R$ 4,2 milhões. Portas e esquadrias originais do Hotel Majestic foram removidas e restauradas e, posteriormente, devolvidas à obra.
Mas o tempo de permanência dos tapumes e andaimes não corresponde ao tempo da obra de restauração, que iniciou apenas em junho de 2013. “Há praticamente oito anos não se via a CCMQ com a sua beleza inteira”, comenta o diretor. “Eu compreendo que a gente não pode viver de projetos e reformas emergenciais. Nós temos que ter um projeto permanente de manutenção.”
Segunda fase
A próxima fase do projeto de aprimoramento da CCMQ inclui modernização dos teatros, revitalização dos ambientes internos, equipamento de iluminação cênica e sonorização novos, climatização e acessibilidade física e de conteúdo. Há também um projeto de implantação de sinalização mais moderno para orientar os visitantes e melhorar a acessibilidade não só da estrutura, como dos acervos. Uma das ações previstas é obter livros falados de toda a obra de Mário Quintana e audiodescrição do acervo de 34 filmes brasileiros. Esta fase está em tramitação no Ministério da Cultura, e deve ser colocada em exercício ao longo de um ano a partir de 2015.
Orçado integralmente em R$ 8 milhões, o investimento total está sendo bancado pelo Banrisul, um projeto do Governo do Estado e da Associação de Amigos da CCMQ aprovado via Lei Rouanet. O termo de parceria entre os três órgãos foi assinado no final de 2011.
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