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19 de dezembro de 2016
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15:31

Servidores fazem abraço a FEE e já preparam continuidade da luta pós-pacote

Por
Sul 21
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Servidores realizaram abraço à Fundação de Economia e Estatística (FEE) e caminharam até a praça da Matríz, juntando-se à concentração dos servidores contra o pacote do governo Sartori. (Foto: Maia Rubim/Sul21)
Servidores realizaram abraço à Fundação de Economia e Estatística (FEE) e caminharam até a praça da Matríz, juntando-se à concentração dos servidores contra o pacote do governo Sartori. (Foto: Maia Rubim/Sul21)

Marco Weissheimer

Se o orçamento do Rio Grande do Sul fosse mil reais, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) custaria R$ 0,70 centavos ao Estado. A fundação representa 0,07% do orçamento estadual e vem reduzindo os seus custos nos últimos anos. Em termos reais, a queda no orçamento da FEE foi de 50% de 2011 a 2016. Do mesmo modo, a participação das fundações nas despesas do Estado caiu de 0,13% em 2011 para 0,06% em 2016. Esses foram alguns dos argumentos que os servidores da FEE apresentaram à população durante o ato público realizado na manhã desta segunda-feira (19) em frente ao prédio da entidade, na rua Duque de Caxias, centro de Porto Alegre. O abraço a FEE reuniu funcionários da instituição e também de outras fundações ameaçadas de extinção pelo pacote enviado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) à Assembleia Legislativa.

Carregando cartazes, faixas, balões azuis, apitos e vuvuzelas os servidores se reuniram na Duque de Caxias e promoveram rápidos bloqueios do trânsito, quando distribuíram panfletos e adesivos aos motoristas e pedestres. Da sacada do prédio da FEE, servidores de outras fundações voltaram a se manifestar contra o pacote do governo Sartori. Vera Dias, servidora da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec) há 40 anos, disse que esse pacote não é contra as fundações, mas sim contra a própria ideia de civilização, uma vez que propõe a extinção de órgãos comprometidos com a promoção do conhecimento e da cultura. Na mesma linha, Marcelo Dorneles, da Fundação Piratini, assinalou que as propostas enviadas à Assembleia mostram um governo obscurantista, inimigo do conhecimento e da cultura.

"Se o orçamento do Rio Grande do Sul fosse mil reais, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) custaria R$ 0,70 centavos ao Estado", diz material entregue pelos servidores à população. (Foto: Maia Rubim/Sul21)
“Se o orçamento do Rio Grande do Sul fosse mil reais, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) custaria R$ 0,70 centavos ao Estado”, diz material entregue pelos servidores à população. (Foto: Maia Rubim/Sul21)

Após o ato em frente ao prédio da FEE, os servidores saíram em caminhada pela rua Riachuelo em direção à Praça da Matriz, onde se reuniram com colegas de outras fundações e secretarias que estão concentrados para acompanhar a pressionar os deputados e acompanhar a votação à distância. Para a imensa maioria dos servidores, essa pressão só poderá acompanhar à distância, uma vez que o prédio da Assembleia amanheceu cercado por um forte esquema de segurança. Além da porta de entrada da Assembleia estar fechada há vários dias ao público, a grade que faz a seleção de quem pode entrar no prédio foi adiantada até a frente do Theatro São Pedro. Atrás delas, homens do Batalhão de Choque da Brigada Militar cercam o prédio do Parlamento.

Além de acompanhar a votação do pacote, que deve iniciar na tarde desta segunda-feira (19), os servidores públicos já discutem os próximos passos de sua mobilização que não deve terminar com a votação na Assembleia. Um grupo de sindicatos, organizações não governamentais, associações, artistas, intelectuais e cidadãos em geral lançou a Campanha em Defesa do Trabalho, dos Direitos e do Patrimônio Público. O objetivo da campanha é denunciar as tentativas de retirada de direitos históricos conquistados em nível estadual e nacional e organizar a resistência contra a ofensiva sobre esses direitos. “Queremos alertar a sociedade para as mentiras veiculadas pela mídia convencional e desmascarar os verdadeiros interesses por trás de propostas como as que promovem cortes de gastos por 20 anos em áreas como educação e saúde”, diz a nota de apresentação do movimento publicada no site da campanha (www.emdefesadosdireitos.com.br).


 


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