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13 de outubro de 2016
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13:51

A ativista ambiental Magda Renner morre aos 90 anos

Por
Sul 21
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Magde Renner e Giselda Castro
Magde Renner e Giselda Castro

Da Redação

Faleceu nesta terça-feira (11), em Porto Alegre, a ativista ambiental Magda Renner, aos 90 anos de idade.

Magda começou a atuar na luta ambiental em 1972, após conhecer José Lutzenberger. Atuava junto à Ação Democrática Feminina Gaúcha. A ADFG voltou-se fortemente à luta ambiental criticando fortemente as políticas de desenvolvimento adotadas sem sustentação ecológica ou social. A entidade promoveu o primeiro projeto de separação do lixo em Porto Alegre e passou a atuar em foros internacionais contra a pobreza e a favor das questões ambientais.

O escritório da ADFG em Porto Alegre transformou-se em centro de articulação nacional e mundial. Com Giselda Castro como vice-presidente, a ADFG se tornou o braço brasileiro da Friends of the Earth (Amigos da Terra). A organização internacional de proteção ao Meio Ambiente tem representações em mais de 70 países. A partir de então, as duas percorreram o mundo em conferências internacionais, na ONU e no Banco Mundial.

Atuou em inúmeros episódios na luta ambiental do Rio Grande do Sul e durante a Constituinte de 1987/1988. Participou de inúmeros colegiados em nome da entidade, como na luta contra os agrotóxicos e a criação da legislação estadual, entre 1982 e 1984. Apoiou a organização dos Encontros Estaduais das Entidades Ecológicas, promovendo alguns deles. Apoiou a criação da federação das entidades ecologistas por meio da APEDEMA-RS, sediando por muitos anos sua Coordenação, viabilizando seu funcionamento.

Nos anos 1980, engrossou passeatas que alertavam sobre os problemas decorrentes da instalação do III Polo Petroquímico, em Triunfo. Antes havia atuado fortemente para denunciar a tragédia da Praia de Hermenegildo, no Sul do Rio Grande do Sul, poluída por dejetos químicos lançados ao mar.

Magda Renner
Magda Renner

Em entrevista de 2003, a amiga Giselda Castro, uma das fundadoras da ADFG, que morreu em 2012, descreveu a ecologista como “uma mulher discreta e reservada, mas que se transformava quando pegava um megafone. ”

Paulo Nuhrich, afirmou nesta quarta-feira (12), que com a morte de Magda Renner, que se acrescenta às de José Lutzenberger, Hilda Zimmermann, Giselda Escosteguy Castro, Flavio Lewgoy e Augusto Carneiro, fecha-se um tempo que não voltará mais. Lembrou que em 1982, quando trabalhava com o deputado estadual Antenor Ferrari, autor da lei dos Agrotóxicos (7747/82), as três, Magda, Giselda e a Hilda, eram sempre as  primeiras a chegar às dezenas de reuniões, afora os contatos feitos durante todo o tempo, que culminaram na lei.

Diagnosticada com Alzheimer havia 13 anos, deixa os filhos Telma, Felicitas, Cristiano e Mathias, nove netos e sete bisnetos.

Substantivo feminino

Substantivo Feminino é o título de um longa-metragem documental produzido pela Daniela Sallet Produções que resgata a história de duas mulheres pioneiras para a militância ambiental no Rio Grande do Sul e no Brasil: Giselda Castro e Magda Renner.

Substantivo Feminino tem depoimentos de ativistas brasileiros e de estrangeiros que conviveram com Magda e Giselda nas mobilizações internacionais.


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