A Associação Estadunidense de Psiquiatria aprovou no último final de semana a retirada das identidades trans da próxima versão de seu manual de doenças mentais, o DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais). A homossexualidade era considerada uma desordem mental nos Estados Unidos até 1973, portanto, a atual mudança representa uma conquista histórica para as pessoas transexuais que não serão mais identificadas como doentes mentais.
Até agora, o termo “transtorno de identidade de gênero” tem sido usado para diagnosticar as pessoas que são transexuais. Para os conservadores, era uma retórica que dava carta branca para descrever toda a comunidade trans como desordenada, delirante, e doente mental. Em alguns casos, este diagnóstico era utilizado para discriminar as pessoas trans, com alegações de que eles são pais impróprios, por exemplo.
O novo manual trará a terminologia “Disforia de Gênero” para se referir às pessoas transexuais, o que significará um sofrimento emocional que pode resultar de uma incongruência entre o gênero expresso na pessoa e o gênero em que ela se identifica. Isso permitirá tratamentos médicos sem o estigma de que se trata de um distúrbio. No início deste ano, a APA também divulgou novas diretrizes de saúde para pacientes transexuais, bem como uma declaração de posição afirmando cuidado transgêneros e direitos civis. Ambos os documentos devem alinhar um novo padrão de respeitar as pessoas trans na comunidade médica.