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16 de dezembro de 2012
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03:13

Em Porto Alegre, José Dirceu diz que não desistirá de provar inocência

Por
Sul 21
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Tiago Machado

Em Porto Alegre, José Dirceu diz que não desistirá de provar inocência. Foto: Tiago Machado PT-RS

O ex-ministro Chefe da Casa Civil do governo Lula e ex-deputado federal José Dirceu se pronunciou, esteve em Porto Alegre neste sábado (15), no 2º Encontro Estadual da Unidade e Luta Democrática – corrente interna do PT gaúcho. Ele falou por cerca de 40 minutos para cerca de 200 pessoas presentes no auditório da Igreja da Pompéia que silenciaram por completo quando começou a sua fala. José Dirceu falou sobre os desafios do PT e do governo Dilma, a condenação sofrida pela Ação Penal 470, mais conhecida como Processo do Mensalão, e a disputa política que se trava no país.

Dirceu começou seu discurso somente após pousar para fotos com militantes de várias partes do Estado, que o aplaudiram e gritaram palavras de incentivo na sua chegada ao evento. “O Brasil de 2013 não é o Brasil de 2003”, disse o petista ao abrir seu discurso e afirmar que, a partir de agora, e após três vitórias eleitorais no país, o PT tem como desafios lutar pela reforma política, por mais qualidade na saúde e na segurança pública e pela redução de impostos. “O sistema eleitoral vigente hoje no país só existe aqui e na Finlândia. É preciso mudar e o PT tem de tomar a frente neste processo”, alertou.

Após citar avanços na educação e reivindicar, no futuro próximo, uma revolução no setor, Dirceu abordou a condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Pregou respeito a ela, mas jamais concordância. “Foi um julgamento político de exceção marcado para coincidir exatamente com o período eleitoral. Se condenou sem provas, sem presunção de inocência. O julgamento foi transformado em um ato político para criminalizar não só o PT, mas política como um todo”, afirmou. Aprofundando a discordância quanto ao resultado do processo no Supremo, tratou especificamente do tema da compra de votos da base parlamentar, espinha dorsal das acusações e da condenação sofrida. “Não há uma testemunha e nem provas de compra de voto parlamentar, a não ser o depoimento do (ex-deputado federal) Roberto Jefferson. Nem mesmo os deputados do partido dele afirmaram isso”, disparou. Na última referência à condenação, disse que continuará lutando para provar inocência mesmo após o encerramento do caso. “Vou falar, vou percorrer o país para demonstrar isso”, salientou.

Críticas à imprensa nacional

Ao analisar a conjuntura política, teceu duras críticas à grande mídia nacional, à oposição e aos setores conservadores do país. “Eles querem produzir o ódio e a violência na luta política. Não podemos cair na provocação. É preciso cautela”, afirmou. Também defendeu a regulação da a mídia e não sua censura. “Regular a mídia significa ampliar o direito à informação, garantir o direito de resposta. Não vamos controlar e censurar a imprensa, porque fomos quem mais lutou para que ela fosse livre”, acrescentou.

“O julgamento foi transformado em um ato político para criminalizar não só o PT, mas política como um todo”, afirmou José Dirceu. Foto: Tiago Machado PT-RS

Dirceu pediu também “unidade ao PT” neste período que antecede as eleições de 2014. “Já se criou, no país, uma bolha midiática, que sob o pretexto de combater a corrupção, combate o PT. Está havendo judicialização da política. Por isso, o PT tem que aprofundar sua organização, seu nível de debate e redefinir tarefas para os próximos 10 anos”, destacou. Ainda no campo da análise política-eleitoral, registrou que nenhum partido aliado decresceu ao estar aliançado ao PT. “Pelo contrário, cresceram e vão crescer mais porque, com justiça, se beneficiam dos resultados positivos do governo federal”, justificou.

Dirceu não deixou de falar do Presidente Lula, que nos últimos dias se tornou alvo da oposição por supostas relações com a ex-chefe do Escritório da Presidência da República, Rosemary Noronha. “A forma como agrediram o ex-presidente mostra a audácia e o preconceito que existe na luta política brasileira”. Sob o governo Dilma e o cenário econômico do país, fez previsões otimistas. “É evidente que a economia vai crescer de 3 a 4% no ano que vem, mesmo ainda com o cenário de crise externa. A aprovação da presidente, que já é alta, deverá aumentar”, previu.

Logo após discorrer sobre todos estes assuntos em cerca de 40 minutos, Dirceu deixou o encontro petista como chegou: sob intenso aplauso e apoio dos militantes e sob assédio dos repórteres, fotógrafos e cinegrafistas.

 

 


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