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7 de dezembro de 2012
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01:33

Duas chapas disputarão comando do PMDB gaúcho no dia 15

Por
Sul 21
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Diretório do PMDB-RS
PMDB de Porto Alegre promoveu encontro entre chapas que disputam o comando estadual do partido | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

Samir Oliveira

O PMDB do Rio Grande do Sul realiza, no dia 15, eleições para escolher o novo diretório estadual e a nova executiva da legenda. Esse processo definirá, também, quem irá comandar o partido pelo próximo biênio.

Há poucas semanas, dois nomes estavam postos na disputa pela presidência: o deputado federal Alceu Moreira e o deputado estadual Edson Brum. Entretanto, Brum acabou retirando sua candidatura para aderir a uma chapa liderada por parlamentares estaduais, que ainda não definiu quem será o candidato ao comando do PMDB.

Essa chapa, ainda sem nome, tenta aglutinar o maior número de forças possíveis e reúne, dentre seus integrantes, o deputado estadual e prefeito eleito de Gravataí Marco Alba, que disputou a presidência do partido em 2010.

Do outro lado, Alceu Moreira segue declaradamente candidato, apoiado por prefeitos e lideranças da bancada federal, como o deputado Osmar Terra. Embora o deputado já tenha, em outras duas ocasiões, desistido de pleitear o cargo, desta vez afirma que não retirará seu nome.

Na noite desta quinta-feira (06), as duas chapas puderam expor suas ideias para os peemedebistas de Porto Alegre. O diretório metropolitano, que conta com 30 votos na disputa para o comando estadual, organizou uma espécie de debate entre os dois grupos.

“Quero ser presidente, não estou fazendo rodeios”, diz Alceu Moreira

O deputado federal Alceu Moreira fez um discurso permeado de críticas ao governo do estado. Para ele, o PMDB precisa propor uma agenda política que solucione os gargalos do Rio Grande do Sul.

Alceu Moreira
Alceu Moreira disse que Tarso está fazendo “piquenique” pelo interior do estado | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

“Temos condições de ser a mediação transformadora. Os gargalos que o Rio Grande não consegue ultrapassar estão postos e têm soluções desenhadas. Cansamos de enrolação, temos que oferecer um projeto de solução”, defendeu.

O parlamentar acredita que, neste segundo ano de governo, Tarso Genro (PT) já esteja enfraquecido politicamente. “Temos um governador que não pode ver uma professora na rua sem ter que sair correndo. Enquanto 18 governadores do país faziam pressão pela partilha dos royalties do petróleo, Tarso saiu para fazer piquenique de ônibus pelo interior do estado”, criticou, em referência à comitiva liderada pelo governador, que está percorrendo o interior gaúcho.

Alceu Moreira entende que, nesse cenário, uma candidatura do PMDB ao Palácio Piratini pode ganhar força. “Há um campo político insatisfeito com esse governo. Cerca de 70% do eleitorado vai do centro para a esquerda. E a candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) é respeitável e séria, mas ainda não possui projeto político”, observou.

O parlamentar diz que “não há nada de pessoal” em seu projeto de ser presidente do PMDB. “Quero ser presidente, não estou fazendo rodeios. Mas não há nada de pessoal nisso. Não tenho nenhuma vaidade na disputa pelo partido, não é algo que me ajudará.”

Para o deputado, é importante que o PMDB construa um discurso para as eleições de 2014 no primeiro semestre de 2013 e, no início do segundo semestre, defina um nome para disputar o governo gaúcho.

“Queremos que as bases escolham o futuro presidente”, diz Biolchi

Representante da chapa adversária a Alceu Moreira, o deputado estadual Márcio Biolchi afirma que o grupo ainda não definiu um nome para ocupar a presidência do partido. Ele defende que essa pessoa seja escolhida somente após a eleição do diretório estadual.

Márcio Biolchi
Márcio Biolchi defende maior unidade com o PMDB nacional | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

“Não representamos um nome, queremos discutir uma proposta. Antes de termos um candidato, precisamos compor um diretório que contemple as mulheres, os negros, os jovens e a diversidade. Precisamos que as bases ecolham o futuro presidente”, disse.

Para o deputado, o modelo de escolha da eleição de 2010 deve ser “mantido e aprofundado”. Ele defendeu a escolha de um nome que não possua mandato parlamentar para o cargo. “Gostaríamos que o presidente sequer tivesse mandato. Claro que isso não é um pré-requisito”, ressalvou.

De olho nos erros cometidos pelo partido em 2010, quando perdeu o governo do estado com José Fogaça e não se posicionou sobre a disputa federal, Biolchi defendeu um melhor alinhamento do PMDB gaúcho com o nacional. “Temos que melhorar a interlocução com o PMDB nacional, não queremos que haja o risco de interferência. Se temos a pretensão de possuirmos projeto próprio no estado, não podemos ter interferência lá de cima para que apoiemos uma chapa (nacional) com o PT e, ao mesmo tempo, a presidente venha fazer campanha contra nós aqui no estado”, explicou.

Apesar de debaterem métodos e propostas, as duas chapas que disputam o comando do PMDB gaúcho não divergem publicamente sobre os possíveis nomes que o partido poderia lançar ao Palácio Piratini. Os principais candidatos internos são o ex-governador Germano Rigotto, o prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça.

A disputa maior ficará entre os candidatos ao Senado. O partido ainda aguarda para saber se o senador Pedro Simon tentará a reeleição. Caso ele queira abandonar a carreira política, Ibsen Pinheiro, Germano Rigotto e José Fogaça podem disputar o posto.


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