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10 de dezembro de 2012
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20:40

Cresce tensão na desocupação da terra indígena Marãiwatsédé; bispo é ameaçado

Por
Sul 21
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A área do povo xavente estão nas mãos de 22 posseiros que são donos de 32 fazendas na região | Foto: Agência Brasil

Da Redação

Nesta segunda-feira (10), está ocorrendo a retirada de fazendeiros e posseiros da Terra Indígena Marãiwatsédé, no Mato Grosso, sob determinação do Supremo Tribunal Federal. Pessoas e entidades que defendem a devolução da terra ao povo xavante estão sob ameaça, inclusive o bispo dom Pedro Casaldáliga, da cidade de São Félix do Araguaia. Conhecido por defender os xavantes, ele foi escoltado para fora da cidade pela Polícia Federal até Brasília, por estar recebendo ameaças de morte. O clima na região é de tensão e a PF informou que o risco de confronto está sendo analisado pelas autoridades.

Durante o último final de semana, os invasores da terra fizeram manifestações com o intuito de reverter a situação. No entanto, o coordenador geral de Movimentos do Campo e Território da Presidência da República, Nilton Tubino, garantiu que os mandados de desocupação serão cumpridos.

Para Tubino, a ocupação do território Marãiwatsédé ocorreu de má fé. Segundo ele, todos entraram na área a partir de 1993 e já sabiam que era uma terra indígena. De acordo com levantamento do MPF, grande parte das áreas do povo xavante está nas mãos de 22 posseiros. São prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, empresários e um desembargador que são donos de 32 fazendas na região, o equivalente a 44,6 mil hectares.

A área de 165.241 hectares foi homologada em 1998 como terra tradicional do povo xavante. Segundo o Censo Demográfico realizado no Brasil em 2010, a população residente na área da terra indígena Marãiwatsédé é de 2.427 pessoas.

Com informações do Estado de São Paulo


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