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28 de dezembro de 2012
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21:16

Cartunista Carlos Latuff entra em lista dos “10 maiores antissemitas”

Por
Sul 21
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Críticas ao governo de Israel foram taxadas de antissemitas| Ilustração: Latuff

Da Redação

O cartunista brasileiro e militante pela causa palestina Carlos Latuff está na terceira posição da lista do “10 maiores antissemitas”, divulgada nesta quinta-feira (27). A organização judaica Simon Wiesenthal, responsável pela publicação, o colocou nesta posição devido a suas charges críticas à operação Pilar Defensivo, mais recente investida militar israelense na Faixa de Gaza.

Ficaram à frente de Latuff, que se dedica à luta palestina desde o final dos anos 1990, a  Irmandade Muçulmana do Egito e o líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Após o desenhista, aparecem na lista de torcidas organizadas a partidos políticos neonazistas. Jakob Augustein, jornalista e editor alemão, também consta no rol.

A menção a Latuff é ilustrada por uma charge polêmica, na qual o premiê aparece torcendo o corpo de uma criança palestina em cima de uma urna de votação. A imagem faz referência às possíveis motivações políticas de Netanyahu, em plena campanha para a eleição legislativa marcada para 22 de janeiro, no ataque ao território palestino em novembro deste ano. A charge, no entanto, não tem nenhuma menção à religião judaica.

O desenho já havia sido criticado publicamente pelo rabino fundador do Centro Simon Wiesenthal, Marvin Hiers, quando foi divulgado pelo jornal estadunidense Huffington Post em novembro. Hiers acusou Latuff de ser “pior que antissemita” e pediu que o site retirasse a charge do ar.

Ao site Opera Mundi, o cartunista comentou que sua citação no ranking é uma “piada digna de filme de Woody Allen”, que o motiva a seguir com suas críticas. Em nota, Latuff explica que o lobby sionista tenta associar questionamentos ao Estado de Israel com o sentimento antijudaico para criminalizar a manifestação de posturas críticas e confundir a opinião pública. “Crítica ou mesmo ataque à entidade política chamada Israel não é ódio aos judeus, porque o governo israelense não representa o povo judeu, assim como nenhum governo representa a totalidade de seu povo.”

O artista alerta: “nenhuma campanha de difamação vai fazer com que eu abra mão da minha solidariedade com o povo palestino”. Ele recorda outros nomes que já sofreram com a pressão das organizações sionistas, como o escritor português José Saramago, o ativista sul-africano Desmond Tutu e o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter. E brinca: “estou em boa companhia”.

Com informações do Opera Mundi


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