Da Redação
O jornal Zero Hora revelou nesta quinta-feira (22) ter obtido acesso a documento que comprova a passagem do ex-deputado federal Rubens Paiva pela sede do Departamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), no Rio de Janeiro. Os documentos estavam na casa do coronel da reserva Julio Miguel Molinas Dias, que foi assassinado na frente de sua residência, no bairro Chácara das Pedras, em Porto Alegre, no último dia 1 de novembro.
Rubens Paiva, que fora deputado pelo PTB, cassado pelo regime militar dez dias após o golpe de 1964, desapareceu na capital fluminense em janeiro de 1971. Depoimentos já davam conta de que agentes da Aeronáutica o levaram para a sede do DOI-CODI no Rio de Janeiro, mas nunca havia aparecido nenhum documento oficial que confluísse com os depoimentos.
O documento encontrado na casa de Molinas, que chefiou o DOI-CODI dez anos depois, em 1981, é um registro de recebimento pela “Turma de Recebimento” do DOI de objetos pessoais de Rubens Paiva. Consta o nome completo do parlamentar e a descrição detalhada de materiais apreendidos, como “um cartão do Diners Club”, “duzentos e sessenta cruzeiros”, “uma caneta esferográfrica de metal branco”. A data é de 21 de janeiro de 1971.
O promotor que atua na Justiça Militar Otavio Bravo tem um processo aberto sobre o desaparecimento do ex-deputado e acredita que os documentos serão importantes no processo. A Comissão Nacional da Verdade também requisitou cópias de todos o material encontrado na casa de Molinas. Os documentos se encontram com a Polícia Civil.
Apesar da importância dos documentos, a polícia descarta que a morte de coronel da reserva tenha sido queima de arquivo.
