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16 de julho de 2012
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14:20

Acadêmico acusa FHC de plagiar intelectuais banidos pela ditadura

Por
Sul 21
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| Foto: Renato Araujo/ABr

Da Redação

Exilado durante o período da ditadura militar brasileira (1964), o mineiro Ruy Mauro Marini (1932-1998), presidente da Política Operária (Polop) e autor de Dialética e Dependência, traz em sua obra verdades desconhecidas pela maioria da população brasileira sobre a carreira acadêmica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O autor da apresentação de uma das obras censuradas de Marini no Brasil, o professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina Nildo Ouriques afirma que na tentativa de ‘marginalizar radicais’, Fernando Henrique Cardoso e José Serra serviram à hegemonia liberal e, entre outros feitos, adulteraram um famoso texto de Marini. Na esteira, FHC pegou carona para “formular” a teoria da dependência que o tornou famoso e que, na verdade, nunca foi sua.“Alteraram um conceito fundamental na teoria de Marini: o da economia exportadora. Marini previa a redução do mercado interno e a apologia da economia exportadora no Brasil. Fernando Henrique e Serra mudaram o conceito de “economia exportadora” e substituíram por “economia agroexportadora” no texto publicado pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). FHC e Serra queriam levantar a hipótese de que Marini não previa a possibilidade de o Brasil se industrializar”, disse em entrevista à Revista Carta Capital.

O tido como ‘pai da teoria da dependência’ não adotou a tese por acaso, afirma o professor Nildo Ouriques. Segundo ele, FHC além de ter plagiado os conceitos de Marini, não tem tanto prestígio no meio acadêmico. “Ele não tem uma obra. Fernando Henrique é no máximo um polemista no interior de um debate acadêmico (dependência) no qual ele não era a figura principal. Mas cumpriu o papel decisivo no sentido de bloquear, coisa que fez com certa eficácia, as correntes mais vitais desse debate. Teve êxito especialmente com a obra de Marini, mas também com livros muito importantes de Theotonio dos Santos, Imperialismo e Dependência, ou Socialismo ou Fascismo, o Novo Dilema Latino-Americano, este publicado até em chinês, mas jamais no Brasil”, aponta.

Com informações da Carta Capital


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