Agenda
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7 de outubro de 2011
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17:14

Sul21 recomenda veneno logo após um fim de semana cheio

Por
Sul 21
[email protected]

Milton Ribeiro

E seguem entrando em cartaz os filmes nacionais. Então, juntando-se aos excelentes Cópia Fiel, Melancolia, Submarino, Um Conto Chinês e Medianeras, entram em cartaz a versão em filme do romance Capitães de Areia, realizado pelo neta de Jorge Amado, Cecília Amado, e, na próxima terça-feira, O veneno está na mesa, documentário de Sílvio Tendler sobre a utilização indiscriminada e agrotóxicos em nosso país. Também na terça-feira, a OSPA apresenta um bom programa no Auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa. Ah, e atenção para o show Polk Eletrorustico do uruguaio Dany Lopez no Teatro de Arena, sábado.

Todas as sextas-feiras, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas apenas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Para acessar esta matéria durante a semana, bastará clicar em Agenda em nossa capa.

Cinema – Estreias

O veneno está na mesa
de Sílvio Tendler, Brasil, 2011, 50 minutos


Um dos maiores nomes do documentário brasileiro, diretor de títulos clássicos como Jango e Os Anos JK, Sílvio Tendler lança seu filme mais recente, O veneno está na mesa, em Porto Alegre na próxima terça-feira (11). Trata-se de um polêmico documentário sobre a indústria dos agrotóxicos onde Sílvio Tendler demonstra que o Brasil está envenenando diariamente sua população a partir do uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos. Atualmente, o brasileiro é o povo que mais consome agrotóxico em todo o mundo, sendo 5,2 litros a cada ano por habitante. Obra de denúncia, O veneno está na mesa é uma das ações da “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida”, capitaneada por movimentos sociais no país. Entre tantos dados estarrecedores, o filme de Tendler revela que venenos agrícolas proibidos em todos os continentes, agrotóxicos cujo uso foi banido na China, nos EUA, em países europeus e africanos, são aplicados nas monoculturas brasileiras indiscriminadamente, com a conivência das autoridades da área. E, por incríivel que pareça, o que colocamos abaixo não é um trailer do documentário, mas o filme completo.

A partir de terça-feira (11), às 19h, no Cinebancários.

Capitães de Areia
de Cecília Amado, Brasil, 2011, 96 minutos


Não é tão simples adaptar o romance de Jorge Amado, Capitães de Areia, para o cinema. O livro é fluido e divertido, mas denso e realista em suas caracterizações e comentários sociais. Cheio de personagens marcantes, permanece nas memória dos leitores de várias gerações. Cecilia Amado, neta do escritor, realiza um simpático filme. Bem acabado e com excelentes atuações do elenco juvenil, a história de Capitães da Areia focaliza-se num grupo de crianças e adolescentes que, na Salvador da década de 30, vivem num trapiche abandonado e passam os dias percorrendo as ruas da cidade roubando e aplicando golpes que garantam sua sobrevivência. Liderados por Pedro Bala, eles contam com um código de honra interno que estabelece um sistema de auxílio mútuo que é abalado pela chegada de Dora, uma órfã encontrada por Professor. Com Jean Luis Amorim, Ana Graciela, Robério Lima, Paulo Abade e Israel Gouvêa.

No Cinemark BarraShopping 8, às 12h30, 14h50, 17h20, 19h40, 22h e 0h10.
No Cinesystem Total 3, às 14h15, 16h45, 19h15 e 21h45.
No GNC Moinhos 1, às 14h15, 16h15, 19h e 21h15.

Riscado (****)
de Gustavo Pizzi, Brasil, 2011, 83 Minutos


Riscado vem de “trabalho”. Temos esta expressão: “fulano entende do riscado”. Significa que aquela pessoa conhece bem o seu trabalho, a sua arte. E, se alguém entende do riscado, se sabe muito bem o que faz, espera-se que essa pessoa se destaque, que essa pessoa aconteça… mas quantos talentos são desperdiçados e seguem a vida em algum outro ofício que nada tem com suas verdadeiras habilidades? Qual a importância da sorte na vida? Quanto esforço e talento são necessários? Ou a sorte faz parte? Bianca (Karina Teles) é uma excelente atriz, mas sua carreira ainda não deslanchou. Como ganha-pão, ela imita divas e musas do cinema — como Carmen Miranda e Marilyn Monroe — e trabalha divulgando eventos. Em outras palavras, faz bicos. Após fazer um teste para uma grande produção internacional, Bianca ganha o papel. Porém, inspirado pela personalidade e pelo trabalho dela, o diretor francês do filme resolve trazer a biografia de Bianca para dentro do filme. Riscado é o filme da vida de Bianca — o filme dentro do filme, a atriz batalhadora transformada em roteiro, em uma versão da própria protagonista. Este “metafilme” está muito acima da média nacional e, assim como o excelente Medianeras, Riscado ganhou o Festival de Gramado recebeu os prêmios de Melhor Longa Nacional pelo Júri da Crítica, Melhor Trilha Musical, Melhor Roteiro (Gustavo Pizzi e Karine Teles), Melhor Diretor (Gustavo Pizzi) e Melhor Atriz (Karine Teles), além de colecionar elogios onde foi apresentado. Com Karine Teles, Camilo Pellegrini, Dany Roland e Otávio Muller.

No Instituto NT, às 17h20 e 21h.

O Mineiro e o Queijo
de Helvécio Ratton, Brasil, 2011, 72 minutos


Documentário político e poético, mostra a contradição que afeta diretamente os pequenos produtores de queijo no interior de Minas Gerais. Considerado patrimônio cultural brasileiro desde 2007 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o queijo produzido de maneira artesanal a partir do leite cru — como os melhores queijos da Europa — na região do Serro, Serra da Canastra e Alto Paranaíba, é proibido pelo Ministério da Agricultura de circular fora de Minas… O filme conta como a técnica de produção artesanal de queijo chegou a Minas no século 18, trazida por aventureiros portugueses em busca de ouro e, chegando aos dias de hoje, coloca na tela as opiniões de produtores, pesquisadores e técnicos sobre o impasse em que está hoje o verdadeiro queijo minas, vítima de normas sanitárias ultrapassadas. Quase 30 mil famílias vivem da produção do queijo artesanal em todo o estado. O belo documentário não provoca apenas a gula, antes mostra como algo tão simples e prosaico — e, está bem, gostoso — pode ter uma história que envolve tantas vidas, lutas e dramas.

No Unibanco Arteplex 8, às 17h30.

Cinema – Em cartaz

Medianeiras — Buenos Aires na Era do Amor Virtual (****)
(Medianeras), de Gustavo Taretto, Argentina / Espanha / Alemanha, 2011, 95 minutos

Melhor filme estrangeiro do Festival de Gramado, além de vencedor do mesmo prêmio pelo juri popular, Medianeiras — Buenos Aires na Era do Amor Virtual traz novamente o criativo cinema argentino a nossas telas. Simpático e inteligente, o filme é uma pequena joia que conta uma história que poderia ocorrer em qualquer outra grande cidade do mundo. Até mesmo em São Paulo ou Porto Alegre, se tivéssemos melhores roteiristas… Martín e Mariana são vizinhos em Buenos Aires, mas não se conhecem. São pessoas comuns. Solitários, compartilham as angústias conhecidas de todos: problemas nos relacionamentos amorosos, solidão, abandono, internet por largas horas. A namorada de Martín foi para os Estados Unidos passar um mês e não voltou, deixando-lhe apenas um poodle; Mariana terminou um relacionamento de quatro anos e voltou ao apartamento onde vivia antes do namoro. Martín é um webdesigner que trabalha em seu apartamento cheio de quinquilharias eletrônicas; Mariana é uma arquiteta que faz vitrines para lojas e bate papos com manequins de plástico. Construído de forma delicada e bem-humorada, o roteiro vai aos poucos abrindo uma possiblidade para ambos. Sim, a velha comédia romântica, mas com muito discreção, contenção e charme. Com Pilar López de Ayala e Javier Drolas.

No GNC Moinhos 3, às 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30.

Um Conto Chinês (****)
(Un Cuento Chino), de Sebastián Borensztein, Argentina / Espanha, 2011, 93 minutos

Bem, prezados leitores do Sul21, a notícia a seguir é verídica, apesar das risadas que normalmente a acompanham. “Uma vaca caiu do céu e afundou nosso barco”, explicou, anos atrás, um grupo de pescadores japoneses aos tripulantes de uma lancha patrulheira russa, ao serem resgatados. Na dúvida, foram presos. Tal notícia foi publicada pelo diário Komsomolskaja Pravda e pela televisão russa para gáudio, pasmo e ceticismo de milhares de leitores e espectadores. Depois, descobriu-se que o conto dos pobres náufragos japoneses era mesmo real… (Mais detalhes, por exemplo, aqui). Pois a vaca que caiu do céu é o ponto de partida para o excelente filme argentino Um Conto Chinês, estrelado pelo grande Ricardo Darin. Buenos Aires. Roberto (Darín) é um sujeito mal humorado e cheio de manias, dono de uma pequena ferragem que administra sozinho. Suas horas vagas são passadas recluso em casa. Um dia, ele conhece o chinês Jun (Ignacio Huang), que acabara de ser assaltado e arremessado de um táxi. Roberto não entende chinês nem Jun sabe falar espanhol. Roberto fica entre a obrigação moral de ajudá-lo e a vontade de livrar-se do homem a fim de voltar a sua rotina. Eles acabam descobrindo que o verdadeiro motivo para terem se conhecido foi a vaca que caiu do céu. Com Ricardo Darin, Huang “Ignacio” Sheng Huang, Muriel Santa Ana, Javier Pinto e Julia Castelló Agulló.

No GNC Moinhos 2, às 14h, 16h, 18h, 20h e 22h.
No Unibanco Arteplex 6, às 15h30, 17h40, 19h50 e 22h.

Submarino (*****)
(Submarino), de Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2010, 110 minutos

Estupendo filme dinamarquês de Thomas Vinterberg. Quando crianças, Nick e seu irmão cuidam do caçula enquanto a mãe está sempre bêbada. Quando o bebê morre, os irmãos se culpam pela tragédia e acabam separados. No funeral da mãe, os irmãos se reencontram. Nick esteve preso por roubo, bebe muito, vive num abrigo, mas tenta colocar sua vida em ordem. O irmão, que permanece sem nome, é viciado em heroína e pai solteiro de um garotinho. Diante de uma oportunidade e pensando em garantir financeiramente o futuro do filho, torna-se traficante de drogas. O acontecimento da infância marca a trajetória dos irmãos de forma incondicional. Thomas Vinterberg é o notável diretor dos extraordinários Festa de Família (Dogma #1) e Querida Wendy. Como dá para notar pela sinopse, não é um filme leve e este não é mesmo o estilo do diretor. Com Jakob Cedergren, Peter Plaugborg e Morten Rose.

No Instituto NT, às 13h20.

Melancolia (*****)
(Melancholia), de Lars von Trier, Dinamarca / França / Alemanha / Itália / Suécia, 2011, 137 minutos.

Esqueça as polêmicas que cercaram o cineasta no último Festival de Cannes, pois Melancolia é um imenso filme. Pontuado de cenas e imagens deslumbrantes, conta a história de duas irmãs que se afastaram. Elas são Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsbourg). Dividido em duas partes, primeiramente a ação focaliza o casamento entre Justine e Michael (Alexander Skarsgård). A festa do casório não consegue aproximar as irmãs e é evidente que a noiva não está nada feliz. A segunda parte dedica-se mais a Claire, a irmã controladora de Justine, amedrontada a partir do anúncio da colisão da Terra com outro planeta (chamado Melancolia), enquanto Justine permanece conformada. No possível fim do mundo de von Trier não há explosões, heróis e muito menos a Bíblia. O acompanhamento íntimo e pessoal da aproximação da e de Melancolia é apaixonante. Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Charlotte Rampling, John Hurt e Alexander Skarsgård.

No Guion Center 2, às 20h30.
Na Sala Paulo Amorim, às 16h45.

A Árvore da Vida (***)
(The Tree of Life), de Terrence Malick, EUA, 2011. 138 minutos.


Em rumorosa discussão interna, rebaixamos a cotação deste filme de Malick. A Árvore da Vida, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2011, é o novo filme do genial ermitão perfecccionista Terrence Malick. Autor de apenas cinco notáveis filmes nos últimos 40 anos e dono de um estilo de filmar que privilegia a plasticidade, ele retorna não apenas com as imagens espetaculares de sempre — este filme deve ser visto em sala de cinema — mas com uma história que expõe inquietações existenciais. A Árvore da Vida acompanha o crescimento do filho mais velho de uma família americana, desde a infância até à desilusão da vida adulta, tendo por base a relação complicada com o pai autoritário (Brad Pitt). Jack, vivido por Sean Penn na vida adulta, vê-se como uma alma perdida no mundo moderno, procurando respostas para a origem e sentido da vida, enquanto questiona a existência da fé. A narrativa apoia-se no tanto no plano humano, como no do reencontro e do cosmológico. Com um tripé desses, torna-se um filme difícil de ser explicado numa sinopse… Com Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain.

Na Sala Paulo Amorim, às 19h.

Gainsbourg — O Homem que Amava as Mulheres (***)
(Gainsbourg, vie héroïque), de Joann Sfar, França, 2010


A música popular francesa é dose, mas o que interessa aqui é que este é um belo filme que retrata a vida de Serge Gainsbourg (1928-1991) desde a infância durante a ocupação nazista até a consagração como cantor. Sendo muito mais uma fábula do que uma cinebiografia, o filme — cujo título brasileiro devemos ignorar — traz, de quebra, todas as notáveis, esplêndidas e imbatíveis conquistas amorosas do músico narigudo, baixinho, feio e fascinante: apenas mulheres como Brigitte Bardot e Jane Birkin, mãe, aliás, da atriz Charlotte Gainsbourg. O diretor Joann Sfar fez o longa baseado numa história em quadrinhos de sua autoria. O delírio visual e a pouca fidelidade aos fatos não fazem jus à complexidade humana de Gainsbourg, um compositor, cantor, produtor e arranjador mas também um tremendo polemista, criador de confusões e, principamente,… de casos amorosos. Sfar dribla a responsabilidade de retratar a bissexualidade assumida do fascinante Gainsbourg e toca apenas de leve na questão das drogas, mas mesmo assim o resultado final está muito acima da média. Com Eric Elmosnino, Lucy Gordon, Laetitia Casta, Doug Jones, Sara Forestier, Anna Mouglalis, Yolande Moreau e Claude Chabrol.

Na Sala Norberto Lubisco, às 19h.

Meia-Noite em Paris (***)
(Midnight in Paris), de Woody Allen, EUA / Espanha, 2011

Meia-Noite em Paris foi ovacionado em Cannes. O filme, visto com grande curiosidade por ter em seu elenco a atual primeira-dama da França, a ex-modelo Carla Bruni, é uma homenagem a Paris que tocou os franceses do festival. A qualidade da luz da cidade, que já recebera referências elogiosas de Allen em filmes anteriores, como Todos dizem eu te amo, volta a ser tema de entrevistas do diretor. No filme, Owen Wilson interpreta Gil, roteirista de Hollywood que passa férias em Paris com a família da noiva, Inez (Rachel McAdams). Gil ama a cidade. É lá que ele se reconecta com a “grande arte” os “grandes temas”, longe dos enlatados americanos. Seu maior sonho seria o de viver nos anos 1920, quando F. Scott Fiztgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso circulavam pelos cafés da cidade. Certa noite, Gil misteriosamente realiza esse sonho. E mais não devemos contar. Um Allen médio, mas muito charmoso e simpático. Com Owen Wilson, Rachel McAdams, Kurt Fuller, Mimi Kennedy. Duração: 100 minutos.

Na Sala Paulo Amorim, às 14h50.

O Homem ao Lado (****)
(El Hombre de al Lado), de Mariano Cohn e Gastón Duprat, Argentina, 2009


Leonardo (Rafael Spreguelburd) é um designer industrial que vive com a esposa Anne, a filha Lola e a empregada Elba. Eles moram na única casa feita na América pelo famoso arquiteto Le Corbusier, localizada na cidade de La Plata. Eles levam uma vida chique e tranquila até o início das obras em uma casa contígua, onde um vizinho com alma de vileiro (Daniel Aráoz) resolveu fazer ilegalmente uma janela a poucos metros e bem na frente de outra, da casa-obra de arte do designer. O filme é delicioso, barato e de grande roteiro, com notável atuação de Daniel Aráoz. Com Rafael Spreguelburd, Daniel Aráoz, Ruben Guzman, Eugenia Alonso. Duração: 110 minutos.

No Instituto NT, às 11h20.

Cópia Fiel (*****)
(Copie Conforme), de Abbas Kiarostami, Itália/França/Irã, 2010


Há quatro possibilidades de interpretação para o título deste excelente filme realizado pelo iraniano Abbas Kiarostami na Itália. Em italiano Copie significa Cópia, mas Coppie é Casal, enquanto Conforme pode ser Fiel ou Conformado. Pelo título começa o brilhante quebra-cabeça do filme. Durante uma visita à Toscana com a finalidade de lançar seu novo livro sobre história da arte e a importância das cópias nas artes plásticas, o ensaísta inglês James (William Shimmel) é acompanhado por Elle (Juliette Binoche), uma franco-italiana proprietária de galeria de arte, durante um passeio que tem a duração de uma tarde. Logo iniciam uma discussão — entre o irônico e o azedo — sobre os conceitos do livro. Tudo começa a mudar depois de antológica cena com a dona de um café. Ela, cheia de experiência, admira e elogia a dupla com alguma sabedoria de vida. Então, os dois passam a se comportar como um experiente, velho e cansado casal, transformação que já vinha ocorrendo discretamente. Aquilo que vimos antes era uma cópia? Ou aqui a temos? E o que tem isto a ver com o filtro interior através do qual analisamos um quadro? E a má relação entre Elle e seu filho não é outra cópia fiel desta que nos é apresentada? Quantas cópias, quantas vezes repetimos padrões de relacionamento? Com Juliette Binoche, William Shimell, Jean-Claude Carrière e Agathe Nathanson. Duração: 106 minutos.

Na Sala Norberto Lubisco, às 17h.

Exposições

Equinócio
Galeria Sotero Cosme do MACRS
Rua dos Andradas, 736, 6º andar /Bairro Centro Histórico, Porto Alegre/RS

Com curadoria de Ana Zavadil, a exposição Equinócio lança um olhar à cerâmica contemporânea, reunindo os artistas Ana Flores, Rogério Pessôa, Simone Nassif, e o artista convidado Israel Kislansky (São Paulo/SP). Ana Flores apresenta séries de casas e pratos na técnica raku, trabalhando com noções de lar e corpo. Já Rogério Pessôa traz para as paredes da galeria trabalhos de grande impacto visual em séries em que a cerâmica está associada a suportes em metal que as sustentam, sendo construídas em caráter modular. Simone Nassif, por sua vez, cria um trabalho instigante em cerâmica gres, ou seja, a cerâmica despida de revestimentos e originadas pela monoqueima a 1.200ºC. Sua obra explora os conflitos pessoais, a memória e a passagem do tempo como possibilidades de criação artística. Por fim, o artista Israel Kislansky compõe a mostra em uma participação especial com uma escultura de cerâmica da série “A Cor do Corpo”, recém-realizada na Caixa Cultural de São Paulo. A exposição pode ser visitada até dia 23 de outubro – de segundas das 14h às 21h, de terças a sextas das 9h às 21h, sábados, domingos e feriados das 12h às 21h. A entrada é franca. (Carolina Marostica)

Exposição “Ilustração: Arte de Narrar”,
na Pinacoteca do IA/UFRGS, Rua Senhor dos Passos, 248, 1º andar.
Entrada franca.

Em cartaz na Pinacoteca do Instituto de Artes da UFRGS, a exposição “Ilustração: Arte de Narrar” reúne cerca de 50 artistas ilustradores, incluindo o NIQ (Núcleo de Ilustração e Quadrinhos do Instituto de Artes) e um núcleo histórico do acervo do Insituto de Artes. Através de uma curadoria abrangente, a exposição não se propõe definir o que é ilustração, mas mostrar diferentes vertentes associadas à narrativa. Alguns dos artistas cujas obras foram selecionadas para a exposição são: Aline Daka, Ana Terra, Carla Pilla, Cristina Biazetto, Edgar Vasques, Edu Oliveira, Eduardo Vieira da Cunha, Fábio Zimbres, Eloar Guazzelli Filho, Hermes Bernardi Jr, Jaca, Kyoko, Laura Castilhos, Luís Fernando Veríssimo, Mara Caruso, Marília Pirillo, Moa, Nara Amélia , Paula Mastroberti, Pedro Alice, Pilar Prado, Rodrigo Núñez, Tatiana Sperhacke, Teresa Poester e Vit Nuñez. A exposição é organizada por Patricia Bohrer e tem curadoria de Laura Castilhos, Rodrigo Núñez e Maíra Coelho, fazendo parte de um ciclo de atividades voltado à ilustração, com entrada franca, que será realizado no mesmo espaço, incluindo oficinas e seminários. A mostra fica em cartaz até dia 11 de novembro e os seminários e oficinas serão realizados entre os dias 4 e 7 de outubro. (Carolina Marostica)

8ª Bienal do Mercosul

A 8ª Bienal do Mercosul – Ensaios de Geopoética está em Porto Alegre e no interior do estado com exposições em vários espaços. No MARGS, estará a mostra Além Fronteiras, com curadoria de Aracy Amaral, que propõe pensar a noção de fronteiras no Rio Grande do Sul. Já o Santander Cultural se voltará inteiramente para a obra do chileno Eugenio Dittborn, homenageado dessa edição, exibindo vídeos e, principalmente, aquilo que o artista chama de Pinturas Aeropostais (obras que são dobradas para serem enviadas em um envelope postal). Nos armazéns do cais do porto, haverá duas mostras: Geopoéticas, que trata de questões de Estado e Nação, e Cadernos de Viagem; na qual nove artistas produziram obras a partir de viagens pelo Rio Grande do Sul, cada artista tendo ido para uma cidade. Há ainda obras espalhadas por diversos pontos de Porto Alegre, fazendo parte da mostra Cidade Não Vista, como a obra de Tatzu Nishi nos altos da Prefeitura, propondo um novo olhar sobre esses pontos. A Casa M e o Atelier Subterrânea também estarão com atividades que integram a Bienal. As mostras são gratuitas e vão até dia 15 de novembro, podendo ser visitadas diariamente. (Carolina Marostica)

Eny Schuch, Vide
no Museu do Trabalho, Andradas, 230
até dia 23 de outubro, de terça à sábado, das 13h30 às 18h30, e nos domingos e feriados, das 14h às 18h30

Eny Shuch, artista visual e professora do Instituto de Artes da UFRGS, apresenta no Museu do Trabalho (Andradas, 230) a exposição Vide, em que parte da natureza para propor interações entre o observador e sua obra. Essa é composta em sua maioria de vídeos, apesar da artista ter iniciado seu percurso como escultora, tendo explorado diferentes materiais, como papier maché e resina. No entanto, essa origem matérica pode ainda ser vista na sala menor desta exposição, em que Eny mostra uma série de pequenos objetos que contrapõe (no seu exterior e interior) o papier mâché misturado ao gesso, e o vídeo. Esses objetos caracterizam-se por incitar um voyeurismo, propondo uma íntima relação com o espectador. Já na sala maior, diferentes projeções de vídeo são sobrepostas, criando-se uma colagem que ocupa todas as paredes, o que gera uma sensação de imersão no observador. As imagens capturadas encerram, em sua maioria, fenômenos naturais, como o movimento das águas,ventanias e o nascer ou pôr do sol. (Carolina Marostica)

Stockinger: Os Diversos Tempos da Forma
no MARGS, Praça da Alfândega, s/nº

Na mostra Stockinger: Os Diversos Tempos da Forma, o MARGS reúne todas as obras do escultor presentes em seu acervo, incluindo também trabalhos em xilogravura. A exposição é um panorama da obra de Xico Stockinger, trazendo obras significativas de sua trajetória, como seus conhecidos guerreiros e os mais recentes homens-gabiru, mas também abrangendo facetas menos conhecidas do artista, como bustos convencionais do início de sua carreira e peças em mármore e basalto que integram sua fase abstrata. A mostra faz parte das comemorações dos 57 anos do MARGS, instituição que o artista dirigiu duas vezes, e do cinquentenário do Atelier Livre, do qual Stockinger foi o primeiro diretor. É mais uma iniciativa da nova gestão de dar visibilidade ao acervo do museu e uma oportunidade imperdível de se conhecer a obra do artista em suas diversas vertentes. A visitação ocorre até dia 9 de outubro, de terças a domingos, das 10h às 19h. (Carolina Marostica)

A linha incontornável: desenhos de Iberê Camargo
no 4º andar Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2000),
de terças a domingos das 12h às 19h e nas quintas das 12h às 21h.
Entrada franca. Até 30 de outubro.

Está em cartaz na Fundação Iberê Camargo a exposição A linha incontornável: desenhos de Iberê Camargo. Com curadoria do jornalista e crítico de arte Eduardo Veras, trata-se da sexta exposição de acervo que a fundação apresenta, reunindo 110 obras que percorrem mais de meio século da produção do artista. Dentre essas, 99 são desenhos, mas há também pinturas, cadernos e uma gravura. A opção por focar nos desenhos do artista veio da constatação do curador de que o Iberê desenhista era pouco conhecido, recebendo pouca atenção em pesquisas recentes dedicadas à sua obra. Analisando mais de três mil desenhos do artista, Eduardo Veras encontrou ali um “Iberê em convulsão, intenso, apaixonado, como aquele que nos acostumamos a admirar na pintura”. (Carolina Marostica)

Música erudita

OSPA — 21º Concerto Oficial
Auditório Dante Barone (Assembléia Legislativa)
Praça Marechal Deodoro, 101

Um belo concerto da OSPA na véspera do feriado. O Concerto Nº 1 para Flauta e Orquestra, K.313, de Mozart, é extraordinário e a Sinfonia Nº 7 de Beethoven é, sem exagero, uma das maiores obras da humanidade. O regente e flautista norte-americano Ransom Wilson é excelente e está em Porto Alegre também participando da programação do IV Encontro Internacional de Flautistas no RS, que ocorre de 8 a 10 de outubro, no Instituto de Artes do Departamento de Música da UFRGS.

O programa completo.

Fauré – Pelleas et melisande
Mozart- Concerto para flauta e Orquestra
Beethoven – Sinfonia n° 7, Op. 92

Regente e Solista: Ransom Wilson (flauta)
Ingressos: R$20 (público em geral) e R$10 (estudantes e maiores de 60 anos).

Abaixo, o Allegretto da Sinfonia Nº 7 de Beethoven em versão da Orquestra Filarmônica de Berlim, sob a regência de Herbert von Karajan:
http://youtu.be/wBfKXHoSvDM

Música popular

Daniel Lopez (UY) – Polk Eletrorustico
Sábado – 08.10.2011 – 20h
Teatro de Arena — Av. Borges de Medeiros, 835

A dica musical dessa semana é o show do músico uruguaio Daniel Lopez, que veio de Montevidéu para apresentar seu show POLK ELETRORUSTICO ao lado do baterista e multi instrumentista Tato Bolognini, e da artista plástica Alejandra Gonzalez Soca, responsável pelas projeções de imagens que ilustram as canções. Dany Lopez, como é conhecido, é pianista, cantor, guitarrista, produtor, é um dos principais nomes da nova música de Montevidéu e também muito requisitado como instrumentista, tocando com Daniel Drexler, Ana Prada, Jorge Schellemberg, Samantha Navarro, e mais outros.No repertório do show, Daniel apresenta músicas do seu excelente primeiro disco Acuario, além de algumas canções do próximo disco Polk, e uma mostra do projeto Canciones Cruzadas, que estamos, eu e ele, desenvolvendo juntos, em que cada um apresenta versões para as músicas do outro. Num clima de total integração com os músicos de Porto Alegre, Dany recebe os convidados Angelo Primon, Lucas Kinoshita, Giovani Berti, Felipe Narcizo, Carolina Lopez, Richard Serraria, Mario Falcão e este que vos escreve.

O show acontece no sábado, as 20h no Teatro de Arena, que fica ali na escadaria do Viaduto da Borges de Medeiros, ao lado do Hotel Everest, com acesso pela Duque de Caxias, um dos pontos mais charmosos da cidade.

Ingressos no local com estacionamento ao lado. (Marcelo Delacroix)

Teatro

Q os homens pensam q as mulheres pensam
Sala Carlos Carvalho da CCMQ – Andradas, 736
Sexta, sábado e domingo, às 21h, até 30/10

A comédia apresenta o conflito entre quatro homens que se encontram num banheiro público onde buscam seus objetivos particulares. Durante a peça, para satisfazer a vontade de um deles, são representados diversos personagens, situações e lugares diferentes. O universo abordado, entre outros, é o gosto feminino, isso é, aquilo que as mulheres gostam desde as coisas mais simples até o comportamento sexual do parceiro. O ponto de partida foram investigações sobre alguns hábitos de banheiros públicos. O texto e direção são assinados por Pedro Delgado, que participa do elenco, com Éder Santos, Émerson Maicá e Luiz Carlos Pretto.

Os ingressos custam R$ 20,00 com desconto de 50% para estudantes, classe artística e pessoas acima de 60 anos.


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